Quer ver a “virada” das ações? Siga os fundos de pensão, diz a Truxt

Espera-se que os fundos de pensão brasileiros direcionem mais dinheiro para as ações, já que as taxas de juros caíram para uma baixa recorde

Bloomberg

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(Bloomberg) — Os fundos de pensão brasileiros vão liderar o movimento em direção ao mercado de ações no ano que vem, desde que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, ofereça políticas econômicas destinadas a sustentar as contas fiscais do país.

Essa é a visão da Truxt Investimentos, um fundo de hedge do Rio de Janeiro que dobrou seus ativos sob gestão nos últimos 12 meses para R$ 9,3 bilhões.

A empresa deixou dois de seus cinco fundos abertos a novos investidores estrangeiros que podem acompanhar os grandes players locais, à medida que ganharem mais confiança no Brasil.

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“A primeira fase será de fundos de pensão brasileiros. Eles voltarão ao mercado no próximo ano”, disse Alexander Gorra, sócio-fundador da Truxt. “Vai ser uma grande mudança.”

Bolsonaro foi rápido em montar uma equipe econômica liderada pelo economista Paulo Guedes, formado pela Universidade de Chicago e que apóia privatizações e cortes nos gastos.

Os investidores domésticos entraram no mercado de ações em setembro e outubro, quando Bolsonaro emergiu como o principal candidato, enquanto os estrangeiros preferiram esperar pelo progresso nas reformas econômicas.

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Espera-se que os fundos de pensão brasileiros direcionem mais dinheiro para as ações, já que as taxas de juros caíram para uma baixa recorde, interrompendo um longo período de rendimentos fáceis nos títulos do governo. Mas dos R$ 811 bilhões administrados no final de maio os fundos tinham apenas 17% em ações, de acordo com a Abrapp, a associação de fundos de pensão. Alocação está abaixo dos 30% em 2011.

Gorra espera que alguns grandes investidores do Canadá e do Oriente Médio reajam rapidamente à melhora do sentimento no Brasil. Grandes fundos de pensão dos EUA vão querer ver mais progresso no programa econômico de Bolsonaro, assim como mais liquidez, antes de entrar.

“Os investidores estrangeiros precisam ver algo acontecer”, disse José Tovar, diretor executivo da Truxt e sócio-fundador. “O mandato de lua de mel de Bolsonaro precisa ser usado com sabedoria.”

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Negociação tática
Durante grande parte de 2018, Truxt estava fazendo muito do que Gorra chamava de “negociação tática” nos mercados de moeda local e de taxas de juros, em meio ao que era uma corrida presidencial confusa.

Em seguida, os gestores de dinheiro trocaram de estratégia em setembro e começaram a aumentar a exposição às ações para mais de 65% em seu fundo Long Bias Master FIM, à medida que Bolsonaro avançava nas pesquisas eleitorais.

O fundo, o maior da empresa, com cerca de R$ 2,8 bi em ativos, teve um retorno de 21% este ano, superando 94% de seus pares, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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Depois que Bolsonaro venceu o segundo turno, Truxt reduziu a posição em ações para cerca de 50% para dar conta do risco de implementação de reformas e da política monetária mais apertada nos EUA. Embora a exposição do fundo às ações ainda esteja acima da média histórica, o Brasil não é “blanket buy”, disse Gorra.

O fundo de hedge se afastou de alguns dos maiores nomes produtores de commodities, como Petrobras e Vale, e está se concentrando em empresas bem posicionadas para se beneficiar da recuperação econômica no Brasil, disse Gorra. Isso inclui a Localiza, que se beneficiou de uma parceria para fornecer veículos para a gigante Uber Technologies.

No varejo, a Truxt gosta de Magazine Luiza e Lojas Renner por terem negócios online fortes e estarem preparadas para competir com a Amazon.com, que tem se voltado fortemente para a maior economia da América Latina, disse ele.

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A distribuidora de energia Cemig poderia se beneficiar do programa de privatização de Bolsonaro, bem como os ativos do Banco do Brasil.