Publicidade
HAVANA, 19 ABR (ANSA) – Miguel Díaz-Canel foi eleito nesta quinta-feira (19) o novo presidente de Cuba em substituição a Raúl Castro, que deixará o cargo depois de cumprir dois mandatos. O resultado marca o início de uma nova era sem o sobrenome mais famoso da ilha. A Assembleia Nacional anunciou a aprovação, após o candidato único receber 99,83% dos votos dos deputados, informou a imprensa local.
A sessão para a escolha do mandatário teve início ontem (18), quando os parlamentares indicaram os candidatos de uma lista de 31 nomes para a formação do Conselho de Estado, inclusive o presidente. Nascido depois da Revolução Cubana, Díaz-Canel, de 57 anos, é o primeiro civil a ocupar a presidência desde 1976. Sua carreira política o confirma como um homem do sistema, um defensor da manutenção do socialismo, principalmente por ser membro do Partido Comunista de Cuba (PCC) desde 1997.
O ex-primeiro vice-presidente tem dois filhos com sua primeira esposa, Martha. Atualmente, ele é casado com Lis Cuesta Peraza, professora universitária e funcionária de uma agência nacional de turismo cultural. Díaz-Canel será o terceiro presidente de Cuba desde que o atual sistema de Poder Popular foi fundado, em meados da década de 1970, e o quinto desde 1959, quando o país triunfou sobre o regime de Fulgencio Batista, com o exército de guerrilha liderado por Fidel Castro.
O primeiro presidente depois dessa vitória foi Manuel Urrutia, um advogado que, com pouco mais de sete meses no cargo, renunciou por seus conceitos anticomunistas, de acordo com referências históricas. Osvaldo Dorticós Torrado foi o substituto. Após a promulgação da Constituição Socialista de 1976, que criou o Poder Popular, ele deixou o cargo. Na época, Fidel Castro assumiu e ficou no poder até 2008. Depois de adoecer gravemente, Raúl assumiu provisoriamente o governo depois de ter comandado o aparato repressivo de Fidel. Díaz Canel cresceu centro do Partido Comunista de Cuba (PCC), mas não faz parte dos quadros históricos do partido, embora empunhe a bandeira da continuidade.
Com o resultado da votação, é provável que o poder do cubano dependa mais de seu desempenho pessoal do que de sua própria figura, ao contrário dos Castro. (ANSA)