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Os analistas de Wall Street estão rapidamente reduzindo suas previsões para o crescimento dos lucros das empresas americanas ao longo do próximo ano, o que pode desacelerar o aquecido rali do mercado de ações em breve.
Um indicador-chave conhecido como momentum de revisões de lucros – uma métrica que avalia as alterações de alta e baixa nas expectativas de lucro por ação para os próximos 12 meses no S&P 500 – caiu para território negativo e está próximo da sua segunda pior leitura no último ano, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
Os lucros corporativos têm sido a base do rali do mercado de ações durante grande parte da última década. A piora nas perspectivas de crescimento dos lucros pode limitar o avanço adicional do S&P 500, especialmente após o desempenho deste ano, que tornou as avaliações esticadas e as posições elevadas. O índice de referência está a caminho de seu segundo ano consecutivo de ganhos, com alta de mais de 20%, atingindo o nível mais caro desde abril de 2021.
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“As ações estão sendo preparadas para uma reversão”, disse Gina Martin Adams, estrategista-chefe de ações da Bloomberg Intelligence. “A grande questão ao entrar em 2025 é se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) conseguirá continuar flexibilizando a política monetária e se o momentum de lucros favorecerá setores fora do segmento de big techs.”
Ainda assim, analistas esperam que o S&P 500 registre seu segundo melhor período de crescimento de lucros desde o início de 2022 no terceiro trimestre, à medida que os ganhos se ampliam além das big techs, mostram os dados da Bloomberg Intelligence. Com cerca de 90% das empresas no índice já tendo reportado resultados, os lucros do S&P 500 devem crescer 8,5% até setembro em relação ao ano anterior, o dobro da estimativa de 4,2% no início da temporada de balanços.
Embora os lucros devam crescer pelo quinto trimestre consecutivo, os analistas revisaram para baixo as estimativas de lucro por ação para os próximos 12 meses, após executivos apresentarem perspectivas mistas ou evitarem fornecer orientações em meio à incerteza sobre os cortes de juros do Fed, a fraqueza da economia da China e as questões sobre a política fiscal em Washington.
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Mesmo antes da vitória de Donald Trump nas eleições, a amplitude das revisões de lucros para o S&P 500 estava próxima da neutralidade nos últimos meses. As empresas estavam “incertas sobre os resultados de 2024 e relutantes em dar orientações adicionais sobre 2025”, escreveram os estrategistas do Morgan Stanley, liderados por Mike Wilson, em nota aos clientes.
Leia também: Ações dos EUA já reverteram metade do rali pós-eleição de Trump
As perspectivas de lucros para todo o ano de 2025 pouco mudaram, mesmo com os analistas elevando as estimativas para o terceiro trimestre. Wall Street prevê que as empresas do S&P 500 gerem cerca de US$ 274 por ação no próximo ano, ligeiramente abaixo das projeções de aproximadamente US$ 277 feitas há um ano, segundo dados da Bloomberg Intelligence.
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“À medida que nos aproximamos do início do novo ano, tende a haver um viés para expectativas mais realistas”, disse Matt Lloyd, estrategista-chefe de investimentos da Advisors Asset Management. “Combinado com os comentários do Fed sobre não ver um caminho claro para cortes de juros, os ventos contrários se tornam mais palpáveis.”
Desde meados de outubro, os analistas reduziram as projeções para o próximo ano principalmente para empresas de energia e materiais, em razão da queda nos preços do petróleo, mostram os dados da Bloomberg Intelligence. Excluindo energia, que distorceu as estimativas devido aos preços mais baixos das commodities e à inflação em queda, os lucros do S&P 500 são projetados para crescer cerca de 11% no terceiro trimestre, na comparação anual.
No geral, o crescimento dos lucros do S&P 500 é previsto para aumentar 15% anualmente em 2025, acima da estimativa de 8% deste ano. O problema, porém, é que a recessão de lucros do índice, que terminou no ano passado, foi longa, mas relativamente rasa, o que pode limitar uma expansão de lucros menor do que os investidores otimistas esperam nos próximos anos.
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Do ponto mais alto ao ponto mais baixo, o S&P 500 registrou uma contração de 13% no lucro por ação durante sua recessão de lucros de três trimestres encerrada no ano passado, quando analisada em uma base de 12 meses. Isso está bem abaixo da mediana de queda de 26% do pico ao vale desde o final dos anos 1960.
As empresas precisarão apresentar um crescimento robusto dos lucros e perspectivas positivas para o próximo ano a fim de sustentar e justificar as altas avaliações que levaram o S&P 500 a ultrapassar a marca de 6.000 pontos nos últimos meses. A avaliação do índice está bem acima de sua média de longo prazo de 18,4 na última década.
“Menos cortes de juros podem pressionar expectativas de lucros já elevadas para os próximos trimestres”, disse Adam Phillips, diretor-gerente de estratégia de portfólio da EP Wealth Advisors.
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