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Apesar de grande parte do universo cripto estar exposto ao colapso da FTX e da Alameda Research, o evento tende a impactar mais a parte de finanças centralizadas (CeFi) do que toda a indústria de criptomoedas. A avaliação é da Bernstein.
Em relatório divulgado na segunda-feira (14), a corretora escreveu que o ecossistema financeiro descentralizado (DeFi) e os aplicativos baseados em blockchain “ganham com essa fragilidade, sujeitos a alguns limites regulatórios e negociações”. DeFi é um termo abrangente para uma variedade de aplicações financeiras realizadas em blockchains.
Para os analistas Gautam Chhugani e Manas Agrawal, que assinam o relatório, deve haver uma distinção entre os players de custódia centralizados em cripto, ou seja, as exchanges, custodiantes e bancos criptográficos, pois é por eles que a regulamentação está chegando.
Isso envolverá regras sobre a manutenção de reservas e contabilidade uniforme para empresas de custódia, disse a corretora. Governos e reguladores também podem aumentar seu escrutínio de exchanges offshore, onde os regulamentos são mais leves, acrescentou o time.
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No relatório, a casa destaca que a participação de mercado da Binance provavelmente aumentará após o desastre da FTX, enquanto a Binance.com, que é offshore, provavelmente continuará em seu árduo caminho de converter sua exchange em uma estrutura mais onshore (doméstica).
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A Bernstein vê um impacto significativo na liquidez do mercado cripto nas próximas semanas, o que prejudicará os tokens menores.
“A FTX parece mais próxima da Enron do que do Lehman”, disse o relatório. A FTX era a terceira maior exchange com apenas 10% de participação de mercado, mas o “ruído que ela criou foi desproporcionalmente maior”, talvez por causa do perfil de seu fundador Sam Bankman-Fried, que foi aclamado como o “gênio salvador da indústria”.
Enron e Lehman foram dois famosos colapsos corporativos que ocorreram no mercado financeiro tradicional nos anos anteriores à criação da primeira criptomoeda, o Bitcoin (BTC), em 2009, e foram resultado de escândalos contábeis.
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Ecoando comentários feitos pelo Citi em um relatório divulgado na semana passada, a Bernstein disse que as exchanges descentralizadas (DEXs) continuam em alta, principalmente após o fracasso da FTX.
Segundo a casa, a falha da exchange de Bankman-Fried pode atuar como o catalisador necessário para que os reguladores acelerarem a regulamentação.