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(Bloomberg) — O ambiente político recentemente deteriorado trouxe volatilidade aos preços dos ativos e aumentou as incertezas sobre o tempo e o ritmo da recuperação do PIB brasileiro, diz Mauricio Molan, economista do Santander, em relatório.
Para defender sua visão de que as perspectivas de demanda não sugerem todo esse pessimismo, Molan cita quatro drivers importantes para o consumo que não estão recebendo atenção adequada dos analistas de mercado:
*Benefício inercial da recente expansão da renda real, que passou para território positivo no 1T e deve ter um efeito inercial positivo no PIB pela primeira vez em 2 anos;
*Impacto do descongelamento de uma parcela do FGTS, que “poderia representar um estímulo não negligenciável para o rendimento familiar no 2T17”;
*Menor serviço da dívida devido ao ciclo de flexibilização da política monetária, com benefícios para o rendimento disponível das famílias em 2017 e 2018 e
*Probabilidade de a taxa de poupança diminuir em 1pp de níveis já exagerados, mesmo em meio à incerteza política.
“Seria necessário uma queda profunda na confiança do consumidor (até os níveis de meados de 2016) para evitar a redução da taxa de poupança de seus níveis elevados nos próximos trimestres”, o que não é esperado.
Uma análise conservadora mostra que o consumo poderia aumentar até 0,9% em 2017, de acordo com o conjunto de hipóteses do Santander .
“Portanto, vemos espaço para a nossa projeção de crescimento de 0,3% do consumo neste ano absorver um choque negativo de uma deterioração da confiança do consumidor – desde que não colapse em relação às mínimos históricas vistas em meados de 2016”.
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