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SÃO PAULO – O mercado de criptomoedas tem crescido significativamente nos últimos anos e ganhado mais participação na carteira de investidores ao redor do mundo. E os family offices, que fazem a gestão de famílias com grandes fortunas, não têm ficado de fora.
Levantamento feito pelo Goldman Sachs com 150 family offices no mundo mostra que, apesar de terem hoje uma exposição pequena, da ordem de 15% em moedas digitais – sendo 25% desse total nas Américas –, quase metade (45%) dos escritórios consultados planejam ter posição no futuro.
De acordo com o banco americano, alguns family offices têm considerado as criptomoedas uma forma de proteção contra o aumento da inflação, taxas de juros mais baixas e outros acontecimentos macroeconômicos após um ano de estímulos fiscais e monetários sem precedentes.
A desvalorização das moedas também esteve no pensamento de 40% dos entrevistados pelo Goldman Sachs, com mais de 40% desse subgrupo indicando que consideraria investir em ativos digitais.
Na avaliação do banco, os desenvolvimentos regulatórios no mercado de criptomoedas deverão desempenhar um papel “notável” na evolução da indústria ao redor do mundo nos próximos anos.
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O banco americano destaca ainda que menos de 10% dos family offices consultados na Ásia e nas regiões da Europa, Oriente Médio e África (EMEA, na sigla em inglês) tinham investimentos em criptomoedas quando questionados.
Entre os respondentes que não possuem exposição a moedas digitais, o principal motivo citado, segundo o levantamento, foi o ceticismo sobre o papel das criptomoedas como reserva de valor.
Outros disseram que tinham ressalvas sobre as operações, com relação às opções de custódia e corretoras de criptomoedas, ou ainda, que não estavam familiarizados com o ambiente cripto.
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O Goldman Sachs também descobriu que os investidores estão cada vez mais críticos com os impactos ambientais da mineração de criptomoedas, em especial o Bitcoin.
“Fora das criptomoedas, esperamos ver family offices monitorando a evolução e potencial uso para outros ativos digitais, bem como a tecnologia de blockchain, de forma mais ampla para futuras oportunidades de investimento”, escreve o Goldman.
Alocação do patrimônio
Dos cerca de 80% dos family offices consultados que divulgaram o total de ativos sob gestão, a maior parte deles (44%) têm entre US$ 1 bilhão e US$ 4,9 bilhões sob gestão. A segunda maior fatia (22%) é ocupada por assets com ativos sob gestão igual ou superior a US$ 5 bilhões.
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Com montantes mais altos e maior apetite a risco, o Goldman Sachs destaca que os family offices tendem a ter uma grande parcela do portfólio alocada em investimentos alternativos.
Segundo a pesquisa, as carteiras dos entrevistados têm, em média, uma alocação combinada de 45% em ações, no setor imobiliário, em crédito privado e em fundos de investimento.
Cerca de dois terços dos family offices consultados estão investindo com a visão de um ambiente de juros mais baixos por um tempo prolongado, e uma fatia semelhante está monitorando os dados de inflação. Em ambos os casos, muitos estão buscando retornos mais elevados e mais risco, fazendo isso via aumento de alocação em ações, por exemplo.
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Entre os investidores que estão pensando sobre o potencial impacto da alta da inflação, quase metade tem investido em ativos imobiliários.
Ativos de Venture Capital também aparecem entre as principais alocações, com mais de 90% dos entrevistados afirmando que investem nessas teses.
Com relação à parcela de renda fixa, a alocação média dos portfólios na classe é de 19%.
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“Mantendo uma alocação em ativos líquidos permite flexibilidade aos escritórios para agirem rapidamente caso surjam oportunidades e para atender às demandas de capital de seus investimentos de capital privado”, escreve o banco americano.
Com relação aos investimentos ESG, a maioria dos participantes se diz focada em implementar as melhores práticas sociais, ambientais e de governança seja via filantropia, no ambiente de trabalho ou por meio de estratégias de investimento.
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