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As novas exigência de governança corporativa da B3 (B3SA3), a dona da Bolsa brasileira, devem impactar cerca de 50 empresas listadas. As alterações foram resultado de uma consulta pública realizada para coletar percepções do mercado sobre uma série de propostas de mudanças na regulamentação do Novo Mercado.
Dentre as principais sugestões, a B3 propôs aumentar o número de conselheiros independentes no board das empresas do segmento de 20% para 30%. As mudanças propostas também preveem um limite de dez anos para que um membro do board atue como conselheiro independente.
A análise consta em relatório temático sobre ESG elaborado pelas analistas Marcella Ungaretti e Luiza Aguiar da XP. Em suma, elas escreveram que enxergam com bons olhos a revisão e esperam que isso fortaleça as práticas existentes.
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Além disso, a corretora avalia que as medidas contribuem para alinhar os padrões do Novo Mercado com as melhores práticas globais.
B3 busca praticas globais para Novo Mercado
Para referência, tanto a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) quanto a Nasdaq exigem que os conselhos de administração das empresas listadas tenham uma maioria de membros independentes, enquanto o mercado Prime da Bolsa de Valores de Tóquio exige pelo menos 1/3.
Já reclassificar um membro como não mais independente após ter atuado por mais de 10 anos, segundo a XP, fortalece a independência do Conselho e ajuda a evitar
possíveis conflitos de interesse após um (longo) mandato de 10 anos.
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“Em geral, membros que passam muito tempo no mesmo Conselho correm o risco de desenvolver relações próximas com a liderança das companhias e mesmo com outros membros do conselho, o que pode levar à falta de objetividade na tomada de decisões e a uma redução da capacidade de supervisionar a estratégia da companhia”, destacam.
Empresas da bolsa impactadas
Com relação as empresas, a XP aponta que 51 de sua cobertura devem ser afetadas pelas mudanças no Novo Mercado. Destas, 30 estão em maior risco de conformidade.
Dessa forma, possivelmente precisarão fazer ajustes em sua composição no Conselho caso queiram continuar listadas no segmento. Confira, a seguir, quais são:
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Empresas que já possuem <30% de independência no conselho:
Companhias que passarão a ter <30% de independência, dado que membros atuam há mais de 10 anos
“Embora possa parecer uma percentagem relativamente pequena, os novos padrões – se confirmados – poderão mudar o jogo”, diz a XP.
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Mesmo considerando que as mudanças serão graduais, na avaliação das analistas, efetuar qualquer alteração na composição do Conselho não é tão fácil, dependendo de aprovações formais, que podem acabar sendo bastante demoradas.
Nesse sentido, a XP disse ser crucial que estas empresas se antecipem, visando mitigar potenciais impactos nos negócios.
Na visão da corretora, as empresas que não passarem pelas mudanças necessárias no prazo correto devem acabar enfrentando maior questionamento por parte dos investidores.
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