Quais ações se destacam entre as altas do Ibovespa em 2024?

Com cenário macro cambaleante, explicação para maiores altas do Ibovespa em 2024 está majoritariamente no micro

Equipe InfoMoney

Painel de cotações na B3, em São Paulo
19/10/2021
(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
Painel de cotações na B3, em São Paulo 19/10/2021 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

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Apesar de 2024 não estar sendo exatamente positivo para os ativos de risco no Brasil, com o Ibovespa, principal índice da B3, caindo 8,5% no acumulado de janeiro até o final de maio. Alguns ativos conseguem escapar do mau humor e avançam. Embraer (EMBR3), BRF (BRFS3), Cielo (CIEL3), Marfrig (MRFG3) e Cemig (CMIG4) são, até então, os destaque positivos do ano. 

A Embraer acumula de janeiro até esta quarta-feira (28) uma alta de quase 64%, sendo o primeiro lugar entre as maiores altas da Bolsa brasileira. Em grande parte, essa alta é explicada pelo atual momento operacional da montadora de aeronaves de São José dos Campos. 

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A carteira total de pedidos da Embraer alcançou US$ 21,1 bilhões no primeiro trimestre, representando a maior soma em oito anos para a empresa. E a demanda se espalha por todas as áreas de atuação: aviação comercial, aviação executiva, defesa e manutenção de motores, esta última sendo uma área nova dentro da organização. A American Airlines, por exemplo, fez um pedido de 90 aeronaves comerciais, programadas para entrega ao longo da década, e tem a opção de adquirir mais 43.

No mais, o resultado da empresa no primeiro trimestre foi considerado sólido. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 233,7 milhões, subindo 333,6% no ano, enquanto a margem cresceu 3,9 pontos percentuais, para 5,3%.

Já no segundo trimestre, foi divulgado que a Embraer está em contato com outras companhias para fechar novos negócios. É o caso da InterGlobe, por exemplo e com grupos sauditas

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Ibovespa alta: BRF e Marfrig

Em segundo lugar, com uma alta de 37,8%, vem a BRF. E a Marfrig, sua controladora, figura na quarta posição, subindo 18,2%.

A BRF, desde que a sua reestruturação passou a dar resultados, vem chamando a atenção do mercado. Seus números do primeiro trimestre foram considerados “históricos”, sendo que a ação subiu mais de 10% no pregão após a divulgação, com alguns analistas mencionando que o turnaround foi totalmente entregue. 

Desde 2022, a companhia vem mudando sua estrutura de capital, recebendo aportes e mudando sua operação.

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Fora isso, o momento também ajuda. O melhor preço das aves no mercado internacional e o recuo do preço das commodities agrícolas ajudam a impulsionar as margens da empresa.

E a Marfrig vai junto na mesma onda. Com mais de 50% de participação na BRF, a subsidiária foi a principal responsável por ajudar o resultado da empresa no primeiro trimestre, com algumas outras operações, como a de carne bovina nos EUA, ainda impactando negativamente o resultado. 

Mesmo com Bolsa em queda no ano, Embraer, BRF, Cielo, Marfrig e Cemig são destaque de alta do Ibovespa. (Shutterstock)

Cielo e Cemig

Voltando ao terceiro lugar, a Cielo acumula um avanço de 24,5%. O resultado da companhia no primeiro trimestre dividiu opiniões, com alguns analistas mencionando que o lucro acima do esperado foi, em grande parte, por conta de eventos não-recorrentes.

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De qualquer forma, os controladores da adquirente, Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), já sinalizaram que pretendem fechar seu capital por meio de uma oferta pública de aquisições (OPA). E a visão de parte do mercado é que haverá um prêmio para isso — o que explica boa parte da alta

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Em último lugar do top cinco, por fim, está a Cemig, a Companhia Energética de Minas Gerais. Parte, porém, da alta das ações da estatal estadual são ocasionadas pela recuperação do baque passado, com a notícia de que ela poderia ser federalizada

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Os últimos desdobramentos, contudo, com a divulgação da proposta do governo federal de renegociação da dívida de Minas Gerais diminuíram significativamente as chances de federalização das estatais estaduais mineiras, mais notoriamente Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3). O mercado, até então, temia a ida da companhia para a tutela da União.