Quais ações de construtoras comprar em meio à alta da Selic? BBI revisa preferências

Em um cenário de política monetária contracionista, com aumento dos juros e das expectativas de inflação, o BBI atualizou suas preferências

Felipe Moreira

Publicidade

Em um cenário de política monetária contracionista (conjunto de políticas que tem como objetivo principal conter o avanço da inflação), com aumento das taxas de juros e das expectativas de inflação, o Bradesco BBI atualizou suas preferências no setor de construção civil.

Segundo o banco, a alta da taxa Selic continua a impor fluxos de notícias negativas adicionais ao ambiente de crédito imobiliário e a desafiar os mercados de ações. Os valuations no setor, em torno de 5 vezes o múltiplo Preço/Lucro em média, têm colocado as construtoras em segundo plano na maioria das decisões de investimento.

Com isso, o BBI mudou sua preferência de Direcional (DIRR3) para a Plano & Plano (PLPL3) após a forte valorização de DIRR3 (alta de 41% no acumulado do ano), ambas com recomendação de compra. O banco explica que as ações compartilham de alavancagem de dívida zero ou insignificante (o que significa menor risco para os lucros), sólido impulso operacional, além de assimetrias positivas no valuation e pagamentos de dividendos satisfatórios nos próximos 12 meses.

O banco ainda cita que Direcional e Plano & Plano estão expostas a uma dinâmica muito mais saudável no segmento de baixa renda. O preço-alvo de Plano & Plano passou de R$ 20 para R$ 21.

Olhando para baixa renda, o BBI reiterou recomendação de compra para Tenda (TEND3), Cury (CURY3) e MRV&Co (MRVE3), embora elas não atendam aos mesmos critérios apontados para Direcional e Plano & Plano.

Para o segmento de média e alta renda, o BBI reduziu a recomendação de compra para neutra e preços-alvo em relação a três empresas: Even (EVEN3, preço-alvo de R$ 10 para R$ 8), Mitre (MTRE3, preço-alvo de R$ 10 para R$ 5) e Trisul (TRIS3, preço-alvo de R$ 11 para R$ 8), pois o fluxo de notícias deve continuar a ser marginalmente negativo para o segmento devido a um mercado de crédito imobiliário cada vez mais restrito (contas de poupança/SBPE é a fonte mais barata de financiamento dos bancos para o segmento de média/alta renda), o que deve levar a algum aumento marginal nas taxas de financiamento.

Continua depois da publicidade

Dessa forma, os analistas do banco pontuam que esses rebaixamentos devem ser interpretados como medidas táticas, refletindo a cautela no segmento até que o sentimento de mercado melhore ou o ciclo de aperto monetário seja revertido.

Enquanto isso, o BBI manteve recomendações neutras para Helbor (HBOR3) e Eztec (EZTC3), com as empresas ainda lutando para aumentar os lançamentos a fim de remunerar adequadamente seu excesso de patrimônio líquido. O preço-alvo da Helbor passou de R$ 5 para R$ 2,70, enquanto da Eztec subiu de R$ 19 para R$ 20.

Por outro lado, o Bradesco BBI reiterou recomendação de compra para: Cyrela (CYRE3), Moura Dubeux (MDNE3) e Lavvi (LAVV3), devido a baixa alavancagem financeira, margens e vendas sólidas, valuation atrativo (CYRE3 em 5,2 vezes, MDNE3 em 4,6 vezes e LAVV3 em 4,3 vezes o P/L, ou preço sobre lucro, esperado para 2025) e pagamentos de dividendos satisfatórios nos próximos 12 meses, pelo menos na metade do que rotulamos como Estágio 3 (Entregas) do ciclo de construção.