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O primeiro-ministro do Qatar disse que o seu governo está revendo seu papel como mediador-chave entre Israel e Hamas, após críticas de autoridades dos EUA e de Israel, que pediram mais pressão sobre o grupo palestino.
“Temos visto insultos contra a nossa mediação e a seu uso em prol de interesses políticos. Isso fez com que o Qatar passasse a rever exaustivamente esse papel”, disse o Xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, primeiro-ministro do Qatar.
Algumas autoridades dos EUA e de Israel disseram que Doha não está fazendo o suficiente para conseguir concessões do Hamas. Israel esperava que os mediadores do Qatar exercessem uma pressão significativamente maior sobre o grupo armado, ameaçando expulsar os seus líderes de Doha ou fechar as suas contas bancárias.
No final de março, uma nova rodada de conversas envolvendo Israel, Hamas e mediadores aumentou as esperanças de um novo acordo de cessar-fogo na guerra em Gaza. Mas esses esforços parecem ter chegado a um entrave.
Segundo o jornal The New York Times, os mediadores do Qatar não mudaram a sua abordagem nos últimos dias, mantendo contato com representantes israelenses.
O Qatar conquistou uma posição influente como mediador, já que consegue manter proximidade desde países ocidentais até grupos como Hamas e Taliban. Grande parte da liderança política do Hamas vive no país, que ajudou a mediar um cessar-fogo em Gaza no mês de novembro.
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Desde o início da guerra, em outubro, os mediadores do Qatar, juntamente com diplomatas do Egito e dos Estados Unidos, têm procurado mediar um acordo para um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelenses.
Embora nenhum dos lados tenha divulgado publicamente as suas propostas, o Hamas exige o fim definitivo da ofensiva militar de Israel e a volta de palestinos ao norte de Gaza, em troca da libertação de reféns.
Autoridades israelenses disseram que seus negociadores propuseram que alguns palestinos retornassem ao norte de Gaza, mas não permitiriam que o Hamas reconstituísse o seu domínio na região.
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Segundo o jornal The New York Times, os dois lados também estão divididos sobre quantos reféns o Hamas libertaria na primeira fase de uma trégua, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel.