Putin abre corredores humanitários na Ucrânia, mas para Rússia e Belarus; Kiev recusa

Um porta-voz do presidente ucraniano afirmou que a decisão de Moscou de abrir corredores de evacuação para esses países é “completamente imoral"

ANSA Brasil

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ROMA, 7 MAR (ANSA) – O regime de Vladimir Putin anunciou nesta segunda-feira (7) a abertura de seis corredores humanitários para evacuação de civis da Ucrânia, porém a maioria deles tem como destino a Rússia ou Belarus, país aliado de Moscou.

Segundo o Ministério da Defesa russo, um cessar-fogo temporário entrou em vigor às 10h da manhã (4h em Brasília) para permitir a retirada de civis de Kiev, Kharkiv, Mariupol e Sumy – as duas últimas contam com duas vias de evacuação cada.

No entanto, o corredor humanitário da capital tem como destino a cidade de Gomel, em Belarus, país que é acusado de apoiar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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Já a rota de Kharkiv e um dos corredores de Sumy são dirigidos ao município russo de Belgorod, enquanto uma das vias de evacuação de Mariupol termina em Rostov do Don, também na Rússia.

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Os únicos corredores humanitários que têm como destino outras cidades da Ucrânia são uma das rotas de Sumy e de Mariupol, que terminam em Poltava e Zaporizhzhia, respectivamente.

Um porta-voz do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a decisão de Moscou de abrir corredores de evacuação para Rússia e Belarus é “completamente imoral”, enquanto a vice-premiê Iryna Vereshchuk disse que essa “não é uma opção aceitável”.

Já o gabinete do presidente da França, Emmanuel Macron, que havia cobrado de Putin a evacuação de civis, afirmou que “nunca” pediu a abertura de corredores humanitários em direção à Rússia.

“O presidente pediu o respeito do direito internacional humanitário, a proteção dos civis e o envio de ajudas”, acrescentou o Palácio do Eliseu.

Além disso, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) denunciou a presença de minas terrestres em um corredor humanitário em Mariupol, cidade portuária que está cercada pelas tropas russas.

Até o momento, a guerra na Ucrânia já gerou mais de 1,7 milhão de refugiados, sendo que mais de 1 milhão fugiram para a Polônia.

Negociações 

Após terem se reunido duas vezes na semana passada, delegações de Moscou e Kiev devem fazer uma terceira rodada de negociações em Belarus nesta segunda-feira (7).

No entanto, Putin deixou claro nos últimos dias que não abre mão de suas reivindicações: desmilitarização da Ucrânia e reconhecimento da soberania de Lugansk e Donetsk e da anexação da Crimeia, além da garantia de que Kiev não entrará na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A madrugada desta segunda foi de intensos bombardeios em cidades do centro, do norte e do sul da Ucrânia, incluindo os arredores de Kiev e o município de Mykolaiv, perto de Odessa.

“Não perdoaremos. Não esqueceremos. Vamos punir todos aqueles que cometeram atrocidades nesta guerra em nossa terra.   Encontraremos cada bastardo que disparou em nossas cidades, contra nosso povo, que bombardeou nossa terra. Não haverá lugar seguro nessa terra para vocês, exceto o túmulo”, disse o presidente Zelensky na noite do último domingo (6). (ANSA).

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