Produção recorde da Petrobras, Trabuco defende CEO da Vale, 3 recomendações e mais 10 no radar

Confira o que é destaque no noticiário corporativo nesta segunda-feira (17)

Lara Rizério

Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco
Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo já começa movimentado nesta segunda-feira (17), com diversas prévias operacionais, além da produção da Petrobras e a informação da própria estatal de que está em negociações avançadas para vender a Liguigás para a Ultrapar. Três recomendações também devem agitar o mercado. Confira os destaques desta segunda-feira (17):

Petrobras (PETR3PETR4)
A Petrobras informou na noite de sexta que está em negociações avançadas com a Ultrapar Participações (UGPA3) para a venda da Liquigás Distribuidora. “A transação depende ainda da finalização das negociações e da aprovação pelas instâncias internas de ambas as Companhias e pelos órgãos reguladores competentes”, diz comunicado da estatal.

A companhia ainda ressalta que qualquer novidade sobre o assunto será informado imediatamente ao mercado.

Ainda sobre a Petrobras, após a redução dos preços de combustíveis realizada pela companhia na última sexta-feira, o presidente Michel Temer negou neste sábado que o governo pretenda elevar a Cide, tributo que incide sobre combustíveis. “A Cide não, não há nenhuma previsão neste momento para esta espécie ou não”, disse Temer a jornalistas, na cidade indiana de Goa, na cúpula dos Brics –grupo de países formado, além do Brasil, por China, Rússia, Índia e África do Sul.

Ainda no radar da estatal, a empresa divulgou uma alta na produção total de petróleo e gás de 1,4% em setembro na comparação mensal, para 2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia, sendo 2,75 milhões no Brasil e 0,13 no exterior, sendo um novo recorde mensal.

A produção de petróleo e gás natural operada pela Petrobras (parcela própria e dos parceiros) na camada pré-sal foi de 1,46 milhão de boed, alta de 7,3% na base mensal. O pré-sal também bateu novo recorde mensal em setembro.

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Vale (VALE3;VALE5) e Bradesco (BBDC4)
Segundo informações da coluna Radar Online, da Veja, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco esteve numa reunião recente com Temer, para tratar da troca de comando na Vale, hoje sob a batuta de Murilo Ferreira. O governo quer substituir, mas o banco é contra, diz a coluna. Ficou então decidido que, se a mudança for feita, uma empresa de headhunting comandará o processo profissionalmente.

Já de acordo com informações do jornal Valor Econômico, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais considera que a Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, poderá retomar suas atividades em meados de 2017. A afirmação foi feita na sexta-feira pelo secretário-adjunto, Germano Vieira, que encabeça na secretaria as discussões sobre o processo de licenciamento da empresa. A mineradora de ferro está parada há quase um ano. Em novembro, uma de suas barragens de rejeito de minério, na cidade de Mariana (MG), se rompeu.

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3)
O Cade solicitou ao Departamento de Estudos Econômicos do conselho análise das eficiências decorrentes da operação apresentadas pela BM&FBovespa e Cetip ao considerar complexo ato sobre união das duas bolsas, segundo despacho publicado no Diário Oficial. O Conselho também pede informações adicionais acerca das condições de entrada nos mercados analisados e das regras de governança da companhia resultante.

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Cielo (CIEL3)
A Cielo teve a recomendação elevada de equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para overweight (exposição acima da média do mercado) pelo Barclays, com preço-alvo de R$ 42,00. 

TIM (TIMP3)
A TIM Participações teve a recomendação elevada de equalweight para overweight também pelo Barclays, com o preço-alvo passando de R$ 12,50 para R$ 15,00.

Eletropaulo (ELPL4)
O BTG Pactual reduziu a recomendação para as ações da Eletropaulo para neutra, destacando que as despesas operacionais são a principal preocupação para a companhia. O preço-alvo para os papéis ELPL4 é de R$ 12,00 por ativo. 

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Marfrig (MRFG3)
A Marfrig teve o rating elevado de B+ para BB- por Fitch, perspectiva estável, de acordo com relatório enviado pela agência de classificação de risco na sexta-feira.

A elevação reflete diminuição de nível de endividamento e melhora de liquidez, redução de risco de refinanciamento e de despesas com juros, e expectativas de melhora substancial do fluxo de caixa em 2018. A agência de risco acredita que melhora acompanhará a conversão de debêntures em ações, fazendo com que empresa economize R$ 280 milhões com juros, além de melhora nos fundamentos do setor de carne no Brasil. A Fitch espera que fluxo de caixa da empresa seja ligeiramente positivo em 2016, melhorando para R$ 400 milhões em 2017. A perspectiva da companhia foi revisada de positivo para estável.

Gol (GOLL4)
Em entrevista para o jornal O Globo, o presidente da Gol Paulo Kakinoff 
afirmou que a companhia aérea continua olhando oportunidades de redução de dívida. “Não falamos em valores, projetamos alavancagem (razão entre dívida líquida e geração de caixa) na faixa de 6 até o fim do ano. No fim do ano passado estava em 11”, apontou.

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Além disso, a Gol divulgou os dados prévios de tráfego do mês de setembro. O volume de decolagens no sistema total reduziu 18,9% e o total de assentos disponibilizados ao mercado recuou 18,3% no mês de setembro. No acumulado de 2016, o volume de decolagens e o total de assentos foram reduzidos em 16,4% e 16,2%, respectivamente. A oferta no mercado doméstico reduziu 0,5% em setembro comparado ao mesmo período de 2015. No acumulado do ano até setembro, a capacidade reduziu 5,7% frente ao terceiro trimestre do ano passado.

Já a demanda doméstica aumentou 1,8% no mês, levando a taxa de ocupação para 78,3% ou 1,8 p.p. superior quando comparada ao mesmo período de 2015. Até o mês de setembro, a demanda doméstica recuou 6,6%, com uma taxa de ocupação de 77,9%. A oferta e a demanda da GOL no mercado internacional em setembro de 2016 reduziram 22,7% e 21,8%, respectivamente, levando a taxa de ocupação para 74,3%. No acumulado do ano, a oferta apresentou queda de 17,6%, enquanto a demanda recuou 14,9% o que resultou em uma taxa de ocupação 2,4 p.p superior e registrando 74,3%.

Somos Educação (SEDU3)
A Somos Educação, controladora das editoras Ática e Scipione, discute com o governo federal um acordo de leniência para confessar fraudes no Programa Nacional do Livro Didático, mantido pelo Ministério da Educação (MEC). O objetivo é reduzir multas e evitar outras punições, como eventual declaração de inidoneidade, o que impediria as empresas do grupo de continuar participando de licitações e celebrando contratos com a União.

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O acordo de leniência – espécie de delação premiada para pessoas jurídicas – está sendo negociado com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU). As tratativas estão em fase inicial e envolvem o fornecimento de livros para municípios de Alagoas e do Pará.

O acordo vem sendo discutido ao menos desde agosto deste ano. Só ontem a Somos Educação comunicou a existência de possíveis ilicitudes à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que fiscaliza a atuação de companhias de capital aberto. A decisão foi tomada após o Estado questionar o grupo sobre o acordo de leniência. Em fato relevante divulgado nesta sexta-feira, 14, a Somos comunicou aos seus acionistas e ao mercado que identificou “práticas isoladas potencialmente ilícitas por parte de alguns poucos colaboradores no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático”. O grupo informou ter afastado preventivamente os envolvidos de seu quadro de funcionários. As editoras Ática e Scipione estão entre as principais fornecedoras de livros para escolas públicas do País. Desde o ano passado, já receberam R$ 313 milhões do Ministério da Educação, via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

QGEP (QGEP3)
A QGEP acertou assumir fatias da Pacific Brasil em 3 blocos exploratórios nas bacias de Foz do Amazonas e de Pará-Maranhão (PAMA), segundo comunicado.

“Como parte do acordo, a Pacific quitará a inadimplência atual referente à aquisição de sísmica para os blocos de PAMA e também antecipará à QGEP o valor de US$ 10 milhões, como parte das obrigações mínimas assumidas nos blocos. Dessa forma, a QGEP se tornará o único concessionário nos blocos de PAMA, possibilitando futuras operações de farm-out nessas áreas”, afirmou a empresa em comunicado. O valor adicional de compromissos assumidos do Programa Exploratório Mínimo (PEM) pela QGEP com o aumento de participação nestes blocos é de R$ 132 milhões. “Este valor será reduzido para R$ 86 milhões até o final do próximo ano, considerando o abatimento das obrigações referentes à sísmica já realizada nos blocos”. A transação está sujeita à aprovação da ANP e demais órgãos reguladores.

Prumo Logística (PRML3)
A Prumo informou que seu Conselho de Administração recebeu na sexta uma correspondência de seus acionistas controladores comunicando sobre sua intenção de realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações da companhia em circulação no mercado.

Oi (OIBR4)
A Oi rebateu a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na sexta, após o órgão regulador afirmar que a dívida da companhia é maior que o apresentado no pedido de recuperação judicial. Para a companhia, o valor de R$ 11 bilhões anteriormente apresentado “corresponde a multas aplicadas pela agência e que ainda estão em fase de contestação pela companhia na esfera administrativa ou que estão sendo contestadas na Justiça, além de multas que foram objeto de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta)”.

“A diferença em relação ao valor de R$ 20,2 bilhões apresentado pela Anatel se refere a dívidas tributárias (que de acordo com a Lei de Recuperação Judicial não são incluídas no processo) e a outras multas que não foram incluídas no processo porque seus valores ainda não foram estabelecidos definitivamente, razão pela qual inclusive não se tem no momento um entendimento final sobre que volume elas representam”, diz a nota da empresa.

Cyrela (CYRE3)
Os lançamentos totais da Cyrela ficaram em R$ 452 milhões no terceiro trimestre, o que representa uma queda de 26% em relação ao mesmo período de 2015. Os lançamentos parte Cyrela recuaram 49%, para R$ 259 milhões, sendo que as vendas líquidas contratadas no trimestre atingiram R$ 573 milhões, 43% abaixo de igual período do ano anterior.

Wilson Sons (WSON33)
A Wilson Sons informou que obteve, por meio de sua subsidiária Tecon Rio Grande, um financiamento com o Banco Santander, no valor de US$ 34 milhões, para a aquisição de novos equipamentos. Os equipamentos, que devem chegar no início de 2017, consistem em três guindastes empilhadores de contêineres sobre pneus (RTG) e três guindastes do tipo STS.

Triunfo (TPIS3)
A Triunfo negocia com BNDES renovar empréstimo-ponte R$ 776,3 milhões. A empresa não obteve aprovação formal por parte do BNDES quanto à solicitação de prorrogação do empréstimo, diz Triunfo em comunicado ao mercado; a companhia enviou comentários em resposta a pedidos de esclarecimentos da BM&FBovespa após reportagem do Valor, em 13 de outubro, dizer que “BNDES dá alívio à Triunfo ao adiar vencimento de empréstimo-ponte”.

Além disso, a companhia divulgou dados operacionais para o período entre janeiro e setembro de 2016. O tráfego equivalente ajustado total no período foi de queda de 7,2% na comparação anual. “Buscando facilitar a identificação do arrefecimento econômico em nossos volumes de veículos pagantes, ajustamos o volume acumulado de 2016 com: exclusão do tráfego da Concebra; e exclusão do impacto da isenção de cobrança sobre os eixos suspensos de caminhões que circulam vazios; considerando-se esses dois fatores, o tráfego equivalente total mostra alta de 35,2% na base de comparação anual”, afirma a empresa.

OGPar (OGXP3)
A OGpar, antiga OGX Petróleo, informou que a produção somou 266.722 barris em setembro em Tubarão Martelo.

(Com Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.