PRIO (PRIO3) tem “dupla vitória” e ação fecha em alta de 4,5% com alta das reservas e queda do capex

Combinação de maiores reservas e menor capex foi possível devido a uma combinação de melhor execução e produtividade do poço acima do esperado

Felipe Moreira

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A PRIO (PRIO3), antiga PetroRio, divulgou seu novo relatório de certificação de reservas na noite da última segunda-feira (3) e animou o mercado. A companhia registrou alta de 27% nas reservas 1P (provadas) de petróleo e de 16% nas 2P (provadas e prováveis), impulsionadas por Frade e Albacora Leste.

“O relatório de certificação surpreendeu positivamente com o aumento das reservas totais, apesar do menor capex [despesas destinadas a bens de capitais]”, pontua o Credit Suisse, o que foram dois pontos positivos na avaliação do mercado. “Este último é particularmente bem-vindo depois que o mercado ficou desapontado com a inflação do capex no relatório de certificação mais recente da PetroRecôncavo RECV3“, avaliam os analistas da casa. Cabe destacar que, na sessão após a divulgação do relatório da RECV3, em 15 de março, as ações RECV3 despencaram 19%. 

Já as ações da PRIO3 registraram um dia de ganhos após a divulgação dos seus números: os ativos fecharam em alta de 4,48%, a R$ 33,85.

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Para o banco suíço, a combinação de maiores reservas e menor capex foi possível devido a uma combinação de melhor execução e produtividade do poço acima do esperado.

“A PRIO tem superado continuamente as expectativas do mercado ao longo dos anos”, comenta a XP Investimentos. “Com o relatório de certificação das novas reservas, a empresa voltou a fazê-lo”. Segundo relatório, a petrolífera conseguiu garantir as suas necessidades de abastecimento até 2024 e, portanto, a inflação de custos não apareceu nos seus novos relatórios de reserva. “Pelo contrário, os custos de negociação foram reduzidos em cerca de 20% (embora seja uma questão em aberto se isso mudará nas próximas atualizações ao longo dos anos, pois a empresa terá que voltar ao mercado para renovar seus contratos)”, completa XP.

A instituição financeira destaca que ainda vai inserir os novos números em seu modelo para atualizar o preço-alvo da PRIO, “mas todos os fatos apontam para uma revisão para cima do mesmo”. Analistas reiteram recomendação de compra no nome.

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O Goldman Sachs diz que aumento das reservas pode ser atribuído principalmente a: “i) o ativo Frade, que tem excedido em seus poços e teve sua reserva 1P revisada para cima em 99%; e ii) Albacora Leste, que teve sua reserva 1P revisada para cima em 25%”. Além disso, o banco comenta que a revisão na produção parece estar bem distribuída ao longo da curva.

Analistas do Goldman Sachs também apontaram que o capex para 2024 e 2025 está 26% e 16% abaixo da certificação anterior, o que impulsiona o fluxo de caixa livre (FCF) de curto prazo para a empresa (em um momento em que os investidores estão cada vez mais focados em FCF em vez de crescimento).

Já o Morgan Stanley comenta que enquanto esperava uma evolução positiva em Frade, a duplicação das reservas 1P superou suas expectativas, pois essa era a estimativa original de reservas 2P. “A revisão para cima em Albacora Leste nos surpreendeu, e acreditamos que pode haver mais ganhos, já que a empresa está apenas começando sua campanha de redesenvolvimento no campo”, acrescenta o banco americano.

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“Mais do que o aumento de produção embutido no novo relatório de reservas da PRIO, mais impressionante ainda é a queda do capex unitário estimado implícito na nova certificação”, comenta BTG Pactual. O capex total por barril adicionado caiu impressionantes 33%, de US$ 7,60 por barril (bbl) para US$ 5,1 bbl, “principalmente devido aos menores custos de desenvolvimento em Frade (-61%) e Albacora Leste (-42%)”.

Com relação à produção, o Bradesco BBI destaca que problemas técnicos continuam pesando do lado negativo. Porém, com a introdução de mais 7,5 mil barris por dia (kbpd) (do poço MUP5) em Frade e a resolução de problemas técnicos até o final deste trimestre, a produção poderá se aproximar de 80 kbpd, patamar já alcançado pela empresa no acumulado do ano, embora níveis recorrentes devam ser um pouco mais baixos.

“Em termos de vendas, as vendas ainda estão significativamente abaixo do potencial da PRIO, uma vez que a empresa já está produzindo 2 milhões de barris por mês”, diz BBI. Analistas do banco esperam que as vendas aumentem em março, à medida que os descontos em relação ao Brent oferecidos em licitações para o petróleo da PRIO começam a se normalizar.

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Já o Goldman Sachs destaca que a produção da PRIO foi impulsionada pela maior produção em Frade (+100% YoY) e pela incorporação do ativo Albacora Leste. No entanto, a produção caiu 5% em relação ao mês anterior devido a efeitos não recorrentes nos ativos Albacora Leste e Polvo+TBMT.

A produção em Albacora Leste foi impactada por desligamentos para manutenção corretiva nos sistemas de resfriamento e geração de energia do FPSO durante os primeiros 20 dias do mês, enquanto a produção do cluster Polvo + TBMT também foi afetada por por uma parada de manutenção programada que durou 8 dias.

Segundo Goldman, esses efeitos pontuais foram parcialmente compensados por uma produção maior em Frade. Tudo isso somado, levou a uma produção média de 61 mil barris por dia no trimestre, abaixo dos 68 mil barris por dia projetados pelo banco no 1º trimestre de 2023). Portanto, analistas ressaltam que os números apresentam riscos negativos para estimativas de produção do GS.

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Do lado positivo, os volumes de vendas no trimestre ficaram em cerca de 7,3 milhões de barris, em linha com as projeções do Goldman Sachs. Além disso, a empresa destacou que todos os barris armazenados nas Ilhas Virgens dos EUA foram vendidos em março.

O Credit Suisse, por sua vez, avaliou como positivo dos dados operacionais divulgados pela PRIO, pois a empresa reduziu os estoques e sinaliza um forte 1T23 à frente. A PRIO vendeu 7,3 milhões de barris, mais de 3 vezes as vendas no 4T22 (2,3 milhões de barris).

“No futuro, a produção deve aumentar devido à normalização das atividades em Albacora Leste e Polvo+TBMT e ao reinício do poço TBMT-4H, que deve adicionar +2,5 kbpd”, aponta Credit Suisse.

Para BBA, se a PRIO continuar entregando os novos valores de produção, opex e capex do novo certificado de reservas, ela tem potencial para agregar entre R$ 17 por ação e R$ 21/ação, dependendo dos cenários de curva de 2P e 1P, respectivamente, considerando as premissas do banco sobre os preços de petróleo.

O Morgan Stanley mantém classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 49,50, pois vê potencial de valorização atraente e o perfil de risco mais baixo em relação aos seus pares.

O BTG Pactual reforça recomendação de compra e preço-alvo de R$ 54, pois acredita que o desempenho operacional da PRIO continuará a superar as expectativas.

Para o banco, a petroleira teve uma dupla vitória, uma vez que, mais do que o aumento de produção embutido no novo relatório de reservas da PRIO, mais impressionante ainda é a queda do capex unitário estimado implícito na nova certificação.

Já Goldman Sachs reitera recomendação equivalente à compra para PRIO, com preço-alvo de R$ 43,90. BBA também reitera avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 53. Credit Suisse mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 42.

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