PRIO (PRIO3): por que a petroleira se consolida cada vez mais como a favorita do setor, à frente de Petrobras e outras juniores

Prévia de resultados do segundo trimestre divulgada pela companhia nesta quarta-feira reforça pontos apontados por analistas

Vitor Azevedo

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A PRIO (PRIO3) vem, cada vez mais, se destacando como a favorita de analistas no setor de óleo e gás, superando até mesmo a gigante Petrobras (PETR4). Após a companhia divulgar sua prévia operacional do segundo trimestre, a tendência, aparentemente, se reforçou.

A empresa trouxe, em documento publicado na manhã desta quarta-feira (5), que produziu em média 91 mil barris de petróleo ou equivalentes por dia de abril a junho (boed).

“A PRIO divulgou seus dados operacionais mensais para o segundo trimestre mostrando um crescimento de 49,2% na produção diária média em comparação ao primeiro trimestre. O forte aumento é sustentado pela aceleração de Frade, com alta de 11,6% mensal, terminando o trimestre em 54,8 mil boed, e a recuperação de Albacora Leste para 24,3 mil boed, com avanço de 20% após o apagão em maio”, diz o JP Morgan.

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Os campos de Frade e Polvo + TBMT, de acordo com o banco americano, também foram surpresas positivas. Todos esses desempenhos mais do que compensaram um recuo de 3,8 mil boed do Albacora Leste.

“Reiteramos nossa avaliação overweight e de principal escolha entre as coberturas de Petróleo e Gás da nossa cobertura na América Latina”, diz a equipe do JP, liderada por Milene Clifford.

Na última segunda, o Bank of America reiterou preferência pela ação e elevou o preço-alvo de R$ 54 para R$ 55, citando Albacora Leste – bem como e o inicio da operação do campo Wahoo em 2024, que pode levar a companhia a saltar para 140 mil barris diários. Fora isso, o fim da tributação sobre as exportações de petróleo também foi mencionado.

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A PRIO confirmou parcialmente em seu relatório o que especialistas vinham – e veem – destacando e usando como justificativa para definir a companhia como a favorita do setor: a capacidade de aumentar sua produção.

PRIO é destaque em operações

Em relatórios publicados em junho, por exemplo, o Santander afirmou que a sua preferência pela petroleira júnior se dava pelo potencial de crescimento em termos de produção. “Nossa visão é de que o mercado não está precificando o potencial de crescimento das E&Ps [exploração e produção] juniores e de que o preço do petróleo em patamares altos apoiam nossa classificação”, falaram.

Neste último ponto, os analistas veem que apesar da desaceleração econômica mundial, fatores como a Guerra da Ucrânia e as movimentações da Opep+ devem sustentar os preços da commodity em níveis elevados.  “Os preços do petróleo Brent tiveram uma média de US$ 83 até o momento em 2023, abaixo dos US$ 101 de 2022, mas significativamente à frente dos US$ 71 de 2021 e dos US$ 43 de 2020”, comentaram.

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A PRIO, para o Santander, sai na frente de outras juniors oils, como a 3R (RRRP3) e a PetroRecôncavo (RECV3), quando o assunto é execução, de olho na sua performance histórica.

“Sua sólida experiência nas revitalizações dos campos de Frade e Polvo/TBMT inspira confiança na revitalização de Albacora Leste, bem como o desenvolvimento de Wahoo é base para campanhas adicionais em Frade/Polvo/TBMT”, mencionaram. “Tudo isso com gastos e investimentos que deve continuar a se traduzir em um baixo custo de produção”.

No primeiro trimestre, a PRIO teve um gasto por barril de US$ 9,5, contra US$ 12,92 da PetroRecôncavo e US$ 17 da 3R. Isso, claramente, traz margens melhores para a companhia.

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“O crescimento da produção, a redução do custo de extração e a execução do capex são fundamentais para o setor no futuro. Na nossa visão, dado o fim da fase de desinvestimento da Petrobras, a execução se tornou ainda mais importante para os casos de investimento no setor”, fala o time. As juniores, nos últimos anos, vinham se aproveitando das vendas de ativos da petroleira estatal para se posicionarem no setor

“A PRIO é a nossa principal escolha entre as empresas pois esperamos que pelo menos uma parte do rendimento do fluxo de caixa de 35% estimado para 2023 e 2024 24 seja devolvido aos acionistas na forma de recompra de ações ou dividendos, enquanto antecipamos revisões dos lucros de consenso”, falam.

O Goldman Sachs, também em junho, foi no mesmo sentido, acrescentando que ainda enxergava a companhia negociando a um valuation atrativo.

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“Mantemos nossa preferência pela PRIO entre as ações de óleo e gás que cobrimos, devido à sólida entrega operacional, forte perspectiva de crescimento e valuation barato (aproximadamente 25% do fluxo de caixa estimado para 2024)”, mencionam. “Isso com um risco político significativamente menor do que a Petrobras”.

Já a XP, que antes tinha a Petrobras como sua top pick, defendeu que a PRIO tomou o lugar da estatal, em grande parte, por conta da alta recente desta última. PETR3 e PETR4 acumulam avanços de cerca de 39% e 44% no ano, contra aproximadamente 4% da PRIO3.

Além disso, histórico de atuação, crescimento recente e avaliação barata também são apontados pela corretora.

“Acreditamos que é hora de um retorno para as juniores, já que a Petrobras se aproxima de sua máxima de cinco anos (tanto em real quanto em dólar) e deve ter fluxo de caixa livre e dividend yield mais baixos a partir de 2024, enquanto as empresas menores ganham um impulso de produção, reduzindo custos e aumentando sua geração”, fama s André Vidal e Helena Kelm, analistas da corretora.

A XP, porém, tem visão positiva para todas as juniors oil. A PetroRecôncavo, para eles, também deve se consolidar nos ativos onshore, com a a compra da Maha Energy em 2022 impulsionando a produção, bem como a possível aquisição do Bahia Terra – ainda que incerto. A 3R por fim, é a que levanta mais dúvidas. Isso por ser a mais jovem do grupo, por ter apresentado poucos resultados e por estar com uma alavancagem financeira elevada.

O JPMorgan tem preço-alvo em R$ 59 (upside de 55% em relação ao fechamento da véspera), o Goldman Sachs, em R$ 55,90 (upside de 47%), e a XP, em R$ 56 (upside de 47%) e o BofA em R$ 55 (upside de 45%). O Santander é o mais otimista, com alvo em R$ 87 (potencial de valorização de 129% em relação ao fechamento da véspera). Todos têm recomendações de compra ou equivalentes para a junior.