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A PRIO (PRIO3) registrou na última sexta-feira (8) lucro líquido de US$ 324,21 milhões no quarto trimestre de 2023, alta de 71% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, impactado pelo aumento da produção e das vendas. Além dos resultados, a petroleira divulgou dados operacionais de fevereiro e relatório de reservas certificadas.
A equipe de research do Itaú BBA afirmou ter sentimentos contraditórios em relação aos anúncios da última sexta-feira, uma vez que o lucro ficou abaixo das expectativas. No entanto, disse preferir focar nas perspectivas positivas proporcionadas pela nova certificação. Segundo o banco, o certificado de reservas ajuda a ilustrar o desempenho operacional da PRIO, mostrando a capacidade da empresa em aumentar as reservas, mas também atrasos na obtenção de licenças ambientais em 2023.
No geral, o BBA comenta que a certificação indica uma diminuição na produção e no investimento em 2024 devido a atrasos no ano passado, com uma reversão esperada em 2025 com um aumento na produção e no investimento. Estas mudanças deslocam a curva de produção para a direita, mas também permitem à empresa atingir um pico de produção mais elevado, de 131 milhões de barris por dia (Mbpd) em 2027 (em comparação com 121 Mbpd anteriormente). Embora implique um fluxo de caixa menor em 2024, analistas acreditam que os números de produção e capex de 2024 já estão precificados pelo mercado. Nesse sentido, vê isso como positivo do ponto de vista do valor presente líquido (VPL). O Itaú BBA mantém avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 58.
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A XP Investimentos, por sua vez, comenta que a PRIO apresentou resultados mais fracos, porém esperados, no 4T23. Segundo relatório, este foi mais um trimestre de quebra de recordes, com o menor custo de extração (lifting cost) e maior produção. A instituição financeira acredita que a atenção dos investidores agora estará nas licenças ambientais do Ibama, nas operações em andamento após as questões que afetaram a produção no início de 2024, na alocação de capital e no relatório de certificação das novas reservas. A PRIO3 continua sendo a top pick no setor para a casa, com recomendação de compra.
O Bradesco BBI comenta que o Ebitda do 4T23 ficou abaixo da sua estimativa em 12% e do consenso em 10%. O banco acredita que a perda está relacionada principalmente à pior realização de preços que pode estar relacionada ao aumento nos custos de frete durante o trimestre. Por outro lado, o BBI disse que o fluxo de caixa do acionista (FCFE, na sigla em inglês) voltou a ser um destaque positivo, com a empresa reduzindo novamente a sua dívida líquida. Com os novos números, o banco vê a petrolífera fechando o ano com dívida líquida de apenas US$ 170 milhões, o que dá a administração bastante conforto para buscar oportunidades de fusões e aquisições ou até mesmo aumentar a remuneração dos acionistas.
O BBI ainda reduziu estimativa de Ebitda para 2024 em 21%, para US$ 2,2 bilhões, devido ao avanço da produção. Enquanto isso, a recomendação equivalente à compra e preço-alvo permanecendo inalterado em R$ 62 por ação, pois isso foi compensado pela incorporação de US$ 286 milhões em reembolsos potenciais do IBV no CAPEX da Wahoo para ser consistente com a premissa de participação de 64,3% para a PRIO.
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Na avaliação do JPMorgan, os resultados mais fracos foram impulsionados por uma margem bruta de Polvo & TBMT 8,9% abaixo das expectativas, devido a preços médios mais baixos e custos de produção mais altos do que o previsto, enquanto a margem bruta de Frade e Wahoo de US$ 323,1 milhões diminuiu 20,6%, mas ficou apenas 1,9% abaixo das projeções do JPMorgan de US$ 329,3 milhões (com contração de margem devido a custos mais altos).
Já margem bruta de Albacora Leste superou as estimativa de US$ 103,6 milhões, com preços realizados melhores compensando parcialmente os resultados negativos. Além disso, o fluxo de caixa (FCF) da PRIO para o 4º trimestre de 2023 foi positivo em US$ 220 milhões, implicando um rendimento anualizado de 11,0%. Apesar dos números ligeiramente fracos do 4º trimestre de 2023, o JPMorga vê a geração positiva de FCF, a desalavancagem e o custo de elevação recorde de $6,8/bbl como parâmetros fortes para manter uma visão positiva. Analistas esepram uma reação negativa a este conjunto de resultados.
Com relação à certificação de reservas, o time de análise do JPMorgan destaca leve queda nas reservas e aumento no Capex e Opex. As atividades em 2023 consumiram 32,1 milhões de barris (bbl) de reservas, enquanto as adições foram menores. A curva de produção foi adiada, revisando 2024 para uma contribuição menor de Wahoo para um total de 113,2 mil boed, e o Capex e Opex foram ajustados para cima em 10%. O banco destaca que a empresa concluiu a 2ª fase do Plano de Revitalização de Frade e agora se preparará para o desenvolvimento da 3ª fase de Frade (com alguns recursos contingentes já incluídos este ano). O JPMorgan tem classificação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para ação da PRIO e preço-alvo de R$ 63.
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Já a Guide Investimentos destaca que o resultado do quarto trimestre deve ser levemente bem recebido pelos investidores pela redução de lifting cost, ganho de eficiência em Albacora Leste e não postergação de início de produção em Wahoo.
Para a Guide, o aumento das reservas se deu por conta da projeção de 3 novos poços, mas foi compensada pela classificação de um poço como 1C (recursos potencialmente recuperáveis, mas não certos). Enquanto isso, a casa de análise ressalta que o capex por barril e por poço aumentaram em praticamente todos os campos, o que deve ser mal-recebido.
A Genial Investimentos classifica como grande destaque a evolução da produção do campo de Frade, atingindo mais de 50 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), a boa evolução na produção de Albacora Leste (produção já alcançou 30 kboed versus 22 boed no 1T23) e o lifting cost mais uma vez alcançando as mínimas. A insituição ainda cita a expectativa para a entrada operacional de Wahoo e o ramp up de produção de Albacora leste, ambos programados para 2S24, que devem acrescentar ainda mais produção a empresa e diminuir ainda mais seu lifting cost. A Genial reitera compra e preço-alvo de R$ 60.
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O Goldman Sachs comenta que o Ebitda ajustado ficou abaixo das expectativas, possivelmente devido a preços de comercialização mais baixos em uma crescente diferença entre os preços realizados e o Brent.
Analistas do Goldman acredita que o foco na teleconferência de resultados deve ser compreender esse aumento no desconto e as perspectivas da empresa para o desenvolvimento do campo de Wahoo (incluindo uma atualização sobre o processo de licenciamento ambiental), bem como oportunidades de fusões e aquisições e remuneração aos acionistas. O banco mantém a classificação de compra para a ação, que está negociando a uma avaliação atrativa, com um fluxo de caixa livre estimado para 2024 de 20%. O preço-alvo é de R$ 67,60.
Para o Santander, com base na nova certificação, o mercado deve reduzir as estimativas de produção e aumentar as expectativas de custos e de investimentos de longo prazo (os investimentos de curto prazo poderiam ser reduzidos, na opinião do banco, ajudando a sustentar o FCF). O banco mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 81.
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