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A Priner (PRNR3) anunciou na última terça-feira (20) a compra de 100% da Real Estruturas, uma empresa líder no setor de montagem industrial, por cerca de R$ 171 milhões, com R$ 22 milhões por meio de ações em tesouraria (lock-up até setembro de 2026). Com isso, a ação da empresa subiu 15,76%, a R$ 14,25, na sessão desta quarta (21).
Os R$ 149 milhões restantes serão pagos em dinheiro: 1/3 em um pagamento inicial na conclusão do acordo e 2/3 em até três anos. O Valor da Firma (EV)/Ebitda da transação é de 2,8 vezes pré-sinergias, o que parece altamente acretivo considerando o EV/Ebitda da Priner de 7,6 vezes.
Segundo o Itaú BBA, a aquisição representa o maior negócio do tipo já feito pela Priner e significa o estabelecimento de uma nova unidade de negócios.
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Inicialmente, o banco vê o negócio de forma positiva, pois parece ser altamente agregador e estratégico.
A conclusão da transação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e dos acionistas da Priner.
A XP Investimentos também uma visão positivo sobre o anúncio, uma vez que complementa o portfólio existente da Priner, marcando sua estreia em um novo segmento de negócios de montagem industrial, bem como está alinhada com a estratégia da empresa de desenvolver o seu modelo de negócio one-stop-shop, adquirindo empresas com conhecimentos específicos e desbloqueando sinergias ao conectar a empresa à sua plataforma.
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Em termos de avaliação, analistas da XP disseram ter ficado impressionados com os baixos múltiplos da transação, já que a Real estava cotada a 2,6x EV/EBITDA e 5,0 vezes Preço/Lucro para 2023, contra 5,5 vezes e 17,0 vezes da Priner, respectivamente, criando um grande potencial de crescimento.
A XP mantém recomendação de compra para Priner.
Mais sobre a Real Estruturas
A Real possui mais de 25 anos de experiência no setor, prestando serviços de montagem industrial principalmente para os setores de mineração, siderurgia e energia.
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A receita líquida em 2023 foi de R$ 350 milhões, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 61 milhões e lucro líquido ajustado de R$ 34 milhões. Esses números representam 36%, 59% e 459% dos números da Priner nos últimos 12 meses até junho, respectivamente. A empresa não possui dívida líquida significativa.
A Priner está inaugurando sua nova Unidade de Montagem por meio da Real, que será administrada pelo atual acionista e CEO da Real. O acordo se alinha com a estratégia da Priner de adicionar serviços de alto valor ao portfólio (a Real relatou margem Ebitda de 17,4% em 2023, versus Priner em 12,1%).
De acordo com BBA, o histórico da Priner em fusões e aquisições é positivo na linha de receita, uma vez que todas as empresas adquiridas entregaram CAGR (taxa de crescimento anual composta) de receita acima de 20% após sua integração.
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Os analistas acreditam que a história provavelmente se repetirá agora, já que a empresa já mencionou que os serviços da Real poderiam ser expandidos para novos segmentos.
Além disso, existe a expectativa que a Priner também poderia garantir novos contratos de seu portfólio atual com os clientes da Real, dada a baixa sobreposição de setores atendidos pelas duas empresas e a complementaridade dos serviços.
Com relação à alavancagem financeira, considerando um ano inteiro de Ebitda da Real e o valor total da transação a ser pago em dinheiro, o BBA projeta uma relação dívida líquida/Ebitda da Priner próxima de 2,3 vezes, um incremente de 0,1 ponto percentual na comparação com 2T24.
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Por fim, o banco comenta que o financiamento é uma consideração importante, dado que a Priner tinha R$ 194 milhões em caixa em junnho de 2024, e o cronograma de amortização projetado até dezembro de 2025 (incluindo empréstimos de financiamento de vendedor existentes e da Real) exigiria R$ 270 milhões.