Primeiro pregão de mercado de ações tokenizadas negocia mais de 18 mil ativos

Volume no primeiro dia da BEE4 ficou em cerca de R$ 332 mil, superando a expectativa da empresa, que era de R$ 230 mil

Rodrigo Tolotti

Primeiro pregão da BEE4, em 2022 (Divulgação)
Primeiro pregão da BEE4, em 2022 (Divulgação)

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Ocorreu na última quarta-feira (28) o pregão de estreia da BEE4, o primeiro mercado organizado de ações tokenizadas regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). E o volume negociado superou as expectativas da própria empresa.

Foram negociados R$ 331.775, com 18.475 tokens transacionados, contra uma projeção inicial de R$ 230 mil. Segundo Patrícia Stille, CEO da BEE4, basicamente quem negociou nessa estreia foram investidores que já estavam cadastrados no site da Beegin, controladora da companhia.

Ela explica que a projeção de R$ 230 mil foi feita com base em algoritmos e estudos sobre formação de preços e oscilação do ativo negociado, mas que houve uma boa demanda. “O que a gente precisa mostrar nesse soft launch é a tela funcionando, com book, com os negócios sendo fechados. E acho que esse volume agora vai ser crescente”, avalia.

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A primeira empresa negociada – e única, por enquanto – foi a clínica de reprodução humana Engravida, que usa o código BABY1. Ao fim do pregão desta quarta, os tokens da companhia fecharam negociados a R$17,93, uma alta de 2,7% sobre o valor estabelecido de estreia. Até o fim do ano a BEE4 pretende listar mais “uma ou duas” companhias, mas ainda não há previsão de lançamento.

A BEE4 irá operar com pregões semanais, sempre às quartas-feiras, das 12h às 20h. Nos outros dias da semana (e na quarta das 10h às 11h) será possível enviar ordens de compra e venda, que serão consideradas em um leilão pré-abertura, uma hora antes da abertura no dia de operação do mercado.

Neste primeiro dia de pregão, no primeiro minuto da sessão, todas as ofertas registradas anteriormente foram atendidas, somando R$ 237.186 de volume, que representaram 71,5% do total de negócios realizados no dia.

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Segundo Patrícia, não houve nenhum problema de negociação ou com a plataforma, sendo identificado apenas questões envolvendo cadastros de alguns usuários. Ela explica que esse lançamento tem sido cuidadoso e que representa apenas o início dos planos da companhia.

“Nesse início da BEE4 colocamos no ar apenas um pedacinho do roadmap audacioso que nos propusemos a executar nos próximos anos, a partir do sandbox. Enquanto ambiente de negociações de ações, a BEE4 é a base de todo um novo ecossistema de participantes, que vai permitir que empresas emergentes possam abrir capital e negociar publicamente, e que investidores com visão de longo prazo possam participar desse mercado”, afirma.

A BEE4 foi uma das três empresas que entrou para o sandbox (ambiente de experimentação) da CVM com projeto envolvendo blockchain. Como um mercado organizado, ele irá funcionar de forma parecida com a bolsa de valores, com tokens que funcionam como se fossem ações das empresas. Neste caso, o foco são companhias que já não são tão pequenas, mas que ainda não possuem tamanho e estrutura robusta o suficiente para lançar uma oferta de ações (IPO) na B3.

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A partir desse lançamento até o dia 23 de novembro, a BEE4 não irá cobrar taxa de negociação para os investidores nas operações de compra e venda realizadas dentro da plataforma. Em comunicado, a empresa disse que esse é um período de experimentação e a isenção será para “incentivar os investidores a conhecer e se familiarizar com o ambiente de negociação”.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.