Prévia do Ibovespa, Petrobras “do contra”, aporte bilionário da China na Oi e mais 13 no radar

CSN deve paralisar temporariamente alto-forno em Volta Redonda, Daycoval aprova possibilidade de desistir de OPA para sair do Nível 2 e mais notícias desta quarta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se o noticiário político promete ser movimentado, mais uma vez, nesta quarta-feira (16), o noticiário corporativo também segue bastante movimentado. 

Em destaque, está a notícia de que a pressão feita pelo Ministério de Minas e Energia para que a Petrobras (PETR3;PETR4) assinasse um novo contrato de longo prazo para fornecimento de nafta à Braskem foi em vão. Na noite desta terça-feira, a estatal informou que as “tratativas” com a petroquímica continuam, e com isso não foi assinado um novo contrato. O mais recente aditivo formalizado entre as companhias tinha validade o dia 15 de dezembro. Em comunicado, a Petrobras informou que “não haverá interrupção no fornecimento até o acordo definitivo”.

Desde a sexta-feira passada o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, pressiona publicamente a diretoria da Petrobras. Na oportunidade, diante de uma plateia formada por executivos da indústria química, Braga revelou detalhes daquele que seria o novo contrato de longo prazo entre as empresas.

No noticiário da manhã, ganha destaque a segunda prévia do Ibovespa, que contou com as mesmas alterações da última divulgação. A nova prévia para a carteira teórica do índice manteve a entrada da Weg (WEGE3), bem como as exclusões de BR Properties (BRPR3), Gol (GOLL4) e Santander Brasil (SANB11). A Souza Cruz também ficará de fora do Ibovespa, já que deixou de ser listada na Bolsa após cancelamento de registro de companhia aberta. A nova prévia conta com 61 ativos de 58 companhias, ao passo que a atual carteira contra com 64 papéis de 61 empresas.

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Wilson Sons
A Wilson Sons (WSON33) assinou com a Petrobras afretamento de 3 plataformas. O acordo foi assinado pela Wilson Sons Ultratug Offshore, subsidiária na qual a Wilson Sons detêm 50% de participação acionária, segundo comunicado ao mercado. Os contratos de afretamento foram assinados por um período de 2 anos e o valor do negócio não foi revelado.

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Daycoval
Segundo comunicado ao mercado, o Conselho de Administração da Daycoval (DAYC4) aprovou a possibilidade de desistir de OPA para sair do Nível 2. O Conselho aprovou desistência caso a condição para cancelamento de registro não seja alcançada, segundo fato relevante ao mercado. 

Em 30 de setembro, o banco informou que o novo preço por ação em OPA para fechar capital seria de R$ 9,69. 

“Os membros do Conselho de Administração da Companhia aprovaram, por unanimidade dos membros presentes, a desistência da participação da Companhia como ofertante, exclusivamente no âmbito da OPA para Saída do Nível 2, caso a Condição para Cancelamento de Registro não seja verificada, em cumprimento ao Ofício nº 206/2015/CVM/SRE/GER-1 da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), datado de 13 de novembro de 2015 e ao Ofício 251/15-DRE da BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (“BM&FBOVESPA”), datado de 30 de novembro de 2015, segundo os quais, nos termos do Regulamento do Nível 2, as ofertas públicas de aquisição de ações para saídas do Nível 2 realizadas isoladamente e que não impliquem em cancelamento do registro como emissora de valores mobiliários, devem ser realizadas tão somente pelos acionistas controladores das companhias abertas. Nesse sentido, a Companhia figurará como ofertante apenas no âmbito da OPA de Cancelamento de Registro (conforme definido no Edital da Oferta)”, informou.

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Oi 
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a Oi (OIBR4) conseguiu levantar US$ 1,2 bilhão – por volta de R$ 4,7 bilhões – com o China Development Bank (CDB), o “BNDES chinês”, para fazer investimentos e quitar parte de sua dívida no próximo ano. O jornal apurou que o contrato está fechado e deve ser anunciado até sexta (18). Cerca de metade do valor (US$ 600 milhões) será usada em investimentos, sendo que a Oi terá de comprar equipamentos da fornecedora chinesa Huawei.

AES Tietê
O Conselho de Administração da AES Tietê (GETI4) decidiu pela não adesão à proposta de repactuação do risco hidrológico, no Ambiente de Contratação Livre, segundo comunicado da companhia. “A referida decisão foi embasada na avaliação dos vários cenários e respectivos impactos financeiros decorrentes da repactuação, tendo os resultados obtidos para o período abrangido pelo presente acordo (2015 a 2029) se apresentado negativos, inviabilizando, assim, a adesão à proposta em referência”, informou.

CSN
De acordo com informações do jornal Valor Econômico, a CSN (CSNA3) deve paralisar  temporariamente alto-forno em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Segundo o jornal, a siderúrgica deve anunciar nos próximos dias se fará, a partir de janeiro, uma operação de abafamento do alto-forno 2 da usina na cidade, pelo prazo mínimo de um ano, ou só uma paralisação por três meses e aproveitar para realizar manutenção das instalações. Janeiro a março é o período mais crítico do mercado de aço no país. Em 2016, com a crise política do país, pode se agravar. O jornal ressalta que a venda de aço caiu 18% em novembro. 

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Transmissão Paulista
Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4), informou após o fechamento do pregão de terça-feira (15) que o Governo do Estado de São Paulo vendeu 7.117.930 ações preferenciais da companhia, o que representa 7,4% do total de papéis desta classe em circulação e 4,4% do capital social da empresa. Considerando o preço atual do papel, o valor total ficaria em torno de R$ 315,3 milhões.

A informação foi passada pelo banco Itaú, com a posição acionária atualizada da companhia após leilão realizado na BM&FBovespa em 8 de dezembro. Segundo a nota da CTEEP, “a alienação de ações não altera a composição do controle societário ou a estrutura administrativa da Companhia”. Nos últimos 30 dias, as ações da companhia registraram perdas de 1,68%, mas mesmo assim ainda acumula ganhos de 12,52% em 2015. Nesta sessão, os papéis subiram 0,11%, cotados a R$ 44,30.

Duratex
A Duratex (DTEX3) anunciou na terça-feira que decidiu paralisar a produção de painéis de madeira na fábrica em Itapetininga, no interior de São Paulo, até que a economia e o mercado interno melhorem.

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A companhia afirmou que a produção do insumo usado na construção civil e no mercado imobiliário representa cerca de 24 por cento de sua capacidade instalada. Os ajustes de produção vão permitir uma economia de cerca de 35 milhões de reais em custos fixos para a companhia por ano. A Duratex disse que os gastos com a paralisação são de cerca de 16 milhões de reais e serão incluídos no balanço da empresa em 2015.

“A unidade de Itapetininga, pela qualidade de seus ativos, permanece estratégica para a companhia e, tão logo tenhamos a recuperação da economia e do mercado, restabeleceremos a produção nessa unidade em seus níveis normais”, afirmou a Duratex em comunicado ao mercado. A companhia não informou se vai promover corte de funcionários.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET3) informou nesta terça-feira, 15, que uma Assembleia Geral de Credores da Eletronet, da qual a Eletropar é acionista, aprovou a quitação das obrigações da Eletronet, nos termos que foram propostos. Com a aprovação dos credores, a Eletropar pediu a declaração judicial de extinção das obrigações e o encerramento da falência da companhia, com a retomada do exercício normal de suas atividades e produção dos demais efeitos pertinentes.

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Em novembro, o conselho de administração da Eletrobras havia aprovado a assinatura de um memorando de entendimentos para viabilizar o levantamento de falência da Eletronet. O documento foi celebrado entre a Eletropar, controlada da Eletrobras e controladora da Eletronet, com os credores LT Bandeirante, Furukawa Industrial e Alcacent-Lucent, o que extinguiu as obrigações da Eletronet com esses credores.

A Eletronet é uma empresa criada pelo governo federal em 1999 para administrar a rede de fibras ópticas das subsidiárias da Eletrobras. Pouco depois de criada, o governo federal leiloou 51% das ações ao grupo AES. Os 49% ficam com as subsidiárias elétricas, reunidas na atual Eletropar, que à época se chamava Lightpar. Em 2002, a Eletropar assumiu o controle da Eletronet, por falta de cumprimento do plano de investimentos pela AES.

Em 2003, por conta do alto endividamento da companhia, a Eletropar pediu a autofalência da Eletronet. A AES decide sair da companhia em 2004, e vendeu sua participação integral à Contem Canada, que, em 2006, acabou vendendo metade de sua participação (cerca de 25%) à offshore Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, pertencente ao empresário Nelson do Santos, por R$ 1.

BTG Pactual
O banco de investimentos BTG Pactual (BBTG11) pediu aos interessados em sua participação na empresa de recuperação de créditos Recovery do Brasil que apresentem ofertas na quarta-feira, disseram à Reuters cinco fontes com conhecimento direto da situação.

De acordo com a primeira fonte, até 23 de grupos mostraram interesse na Recovery, que é a maior empresa de recuperação de créditos da América Latina, embora não mais do que seis devem apresentar propostas não vinculantes. Lone Star Funds, Apollo Global Management, ElliotManagement, Oaktree Capital e KKR estão entre as empresas que devem fazer ofertas pela fatia de 82 por cento do BTG Pactual na Recovery, disseram as fontes, que pediram anonimato.

Já segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, o Credit Suisse negocia compra de parte da carteira de R$ 22 bilhões do banco. Nenhum negócio foi fechado até o momento e o acordo pode não ser alcançado, disse a pessoa, que pediu anonimato porque as discussões são privadas. BTG e Credit Suisse não quiserem comentar.

Por fim, o banco e a Caixa tiveram aval da Susep para controlar a Pan Seguros, de acordo com portaria publicada no Diário Oficial. O controle da Pan Seguros passa a ser exercido de forma compartilhada por BTG Pactual Holding de Seguros e Caixa Holding Securitária. A Susep ratifica que o controle acionário indireto e a ingerência efetiva nos negócios da Pan sejam exercidos de forma compartilhada pelo Banco BTG Pactual e Caixa Seguridade.

Somos Educação
A Somos Educação (SEDU3), ex-Abril Educação, informou nesta terça-feira ter fechado acordo de venda da Central de Produções GWUP, dona das redes de ensino de idiomas Wise Up e You Move, para o empresário Flávio Augusto da Silva por 398 milhões de reais.

A operação foi feita por meio da subsidiária Editora Ática. A Abril Educação havia adquirido a Wise Up em 2013 em uma operação que envolveu 100 por cento do grupo Ometz, de Silva, por 877 milhões de reais. Fundada em 1995 no Rio de Janeiro, a Wise Up encerrou o terceiro trimestre com 66 mil alunos, queda de 8 por cento frente a mesma etapa do ano passado. A rede de escolas de idiomas encerrou o período com 272 franquias, queda de 23 por cento ano contra ano.

A Somos Educação afirmou que os efeitos da venda no resultado financeiro estão em fase de apuração pela companhia e serão registrados no balanço do quarto trimestre. Representantes da Somos Educação não comentaram o motivo da venda da companhia ou deram mais detalhes sobre a operação.

Cemig e Renova
A elétrica Cemig (CMIG4) adiantou 60 milhões de reais à sua controlada Renova Energia (RNEW11), segundo comunicado divulgado nesta terça-feira pela empresa de energias renováveis, que disse que o valor será devolvido por meio da entrega de energia elétrica à estatal mineira a partir de 2017.

O pagamento, explicou a Renova, é uma antecipação de recursos referentes a um contrato de venda de energia que as empresas haviam assinado em 2014. De acordo com a Renova, o contrato já previa que as partes poderiam combinar eventuais antecipações ou postergações de pagamento. Os recursos obtidos pela Renova na transação serão utilizados nas obras dos parques eólicos do complexo Alto Sertão III, na Bahia. A devolução dos recursos será realizada “com entrega de energia, nos montantes especificados (no contrato)… a partir de janeiro de 2017” e “até a completa liquidação” dos valores.

Prumo
A Prumo (PRML3) informou que José Magela Bernardes foi eleito presidente interino, substituindo Eduardo Parente Menezes.

Trisul
A Trisul (TRIS3) lançou o empreendimento “Expande Vila Mariana” em São Paulo com VGV (Valor Geral de Vendas) total de R$ 83 milhões. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.