Prejuízo da Fannie Mae atinge US$ 29 bilhões com provisões sobre ativos

No terceiro trimestre, instituição reportou baixas contábeis de US$ 21,4 bilhões relativas a ativos para compensar impostos

Giulia Santos Camillo

Publicidade

SÃO PAULO – A Fannie Mae, agência de crédito imobiliário que sofreu intervenção do governo norte-americano em setembro deste ano, reportou perdas recordes no terceiro trimestre de 2008, fechando o período com prejuízo de US$ 29 bilhões. A cifra se compara com as perdas de US$ 1,4 bilhão contabilizadas um ano antes.

“Os resultados do terceiro quarto foram causados primeiramente por custos não-monetários de US$ 21,4 bilhões para estabelecer um abatimento na avaliação contra ativos para compensar impostos, assim como US$ 9,2 bilhões em despesas relativas a crédito, resultantes da contínua deterioração nas condições do crédito hipotecário e declínio nos preços dos imóveis”, informou a instituição, em nota divulgada nesta segunda-feira (10).

Apesar das perdas, a Fannie Mae registrou aumento na receita líquida total, que passou de US$ 2,653 bilhões no terceiro trimestre de 2007 para US$ 4,059 bilhões entre julho e setembro deste ano. Em comparação com a receita obtida no segundo trimestre também houve crescimento, de 2,4%.

Perspectivas

Desde 6 de setembro, a agência tem operado sob a tutoria da FHFA (Federal Housing Finance Agency). Além disso, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos concordou em fornecer até US$ 100 bilhões para a Fannie Mae, com a compra de ações preferenciais, para manter o valor líquido da companhia positivo. Embora até agora não tenha se utilizado da ajuda oferecida pelo Tesouro, se a situação de turbulência se mantiver, a companhia não descarta essa possibilidade.

“Se as tendências atuais nos mercados imobiliário e financeiro continuarem ou piorarem, e nós tivermos um prejuízo líquido significativo no quarto trimestre de 2008, nós podemos ter um valor líquido negativo em 31 de dezembro de 2008. Se isso ocorresse, nós teríamos que obter financiamento do Tesouro”, afirma a instituição.