Preferia ver a Méliuz aplicar caixa na operação a comprar Bitcoin, diz analista

Companhia anunciou nova estratégia de tesouraria de investir na criptomoeda; trata-se da primeira companhia aberta a adotar a prática

Augusto Diniz

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A Méliuz (CASH3), plataforma virtual de cashback, anunciou mudanças na política de investimentos de aplicações financeiras, que autoriza a empresa a investir até 10% do caixa em Bitcoin. Matheus Guimarães, analista do setor financeiros da XP, participou do Morning Call da XP nesta sexta (7) e avaliou a nova estratégia de tesouraria.

“A Méliuz tem um caixa bem elevado, de acordo com o terceiro trimestre do ano passado (o resultado do quarto trimestre ainda não foi anunciado). Ela tinha mais de R$ 240 milhões em recursos”, destacou Guimarães.

Estudo

“Ela usou quase R$ 24 milhões para comprar 46 milhões bitcoins. A ideia deles é diversificar”, explicou. Segundo o analista, o regime de tributação tem sido detrator do resultado financeiro que eles têm obtido através de aplicação em renda fixa.

O Conselho de Administração da Méliuz pediu a diretoria que faça um estudo para avaliar se faz sentido passar do limite de 10% de aplicação na criptomoeda. A análise deve ficar pronta entre 45 e 60 dias.

“É algo bem novo. É a primeira empresa aberta aqui no Brasil a fazer alguma coisa nesse sentido e nessa magnitude”, destacou Matheus Guimarães.

“A gente preferia vez a Méliuz em vez de aplicar em Bitcoin, estar aplicando esses recursos na própria operação dela”, afirmou.

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Aumento de risco

Ele diz que vê com cautela à resolução interna da empresa. “Pode ser que no futuro a gente olhe e fale que deu supercerto, que o Bitcoin continuou se valorizando e que está sendo bom para o resultado financeiro da empresa. Mas a gente entende que isso não está conectado diretamente com a atividade da Méliuz, que é a atividade de cashback”, ressaltou.

O analista avalia aumento, em certa medida, do risco e a volatilidade da empresa por conta da mudança de estratégia da tesouraria. “A gente prefere esperar esses 45 a 60 dias para tentar entender qual a posição final de Bitcoin dentro da aplicação financeira (da empresa)”, disse.

A XP está com a recomendação da Méliuz em revisão. Recentemente, a empresa rediscutiu o contrato que ela tinha de serviços financeiros com o BV.