Preço do arroz deve ser impactado no curto prazo com chuvas no RS, diz analista

O estado responde por 70% da produção nacional; embora boa parte da safra tenha sido colhida, não se sabe se os estoques foram atingidos

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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A agropecuária do Rio Grande do Sul tem participação importante na produção nacional com vários produtos, incluindo milho, soja, arroz e carnes de frango e suíno.

Além do efeito no campo, há ainda que se contabilizar o impacto na logística, também duramente afetada com as fortes chuvas e enchentes que atingiram boa parte do estado.

Samuel Isaak, analista de commodities no research da XP, que participou nesta terça (7) do Morning Call da XP, explicou os efeitos na economia com a tragédia no Sul do país.

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Safras atingidas

Ele explicou que o Rio Grande do Sul responde por 4% da produção de milho no Brasil, 14% da de soja e quase 70% da de arroz.

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“A maioria dessas safras estava colhida. Tinha um quarto da plantação de soja para ser colhida, e em torno de um quinto das safras de milho e arroz para serem colhidas no estado. E boa parte fica na região central (do estado), em Soledade, Santa Maria e Lajeado, que foi a mais afetada (pelas chuvas)”, disse ele.

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Preço do arroz

O analista aponta muita dificuldade para quantificar qual a porcentagem do impacto na economia, mas vê principalmente o arroz como o produto que deve sofrer o maior choque em nível nacional.

“O arroz é uma commodity que tem uma representatividade no estado. Os preços do indicador no Instituto Riograndense do Arroz ainda não mostraram movimento de alta, mas precisa ver como isso evolui nas próximas de semanas”, afirmou.

Outra questão colocada por Samuel Isaak é que há muito arroz ainda nos armazéns, mas não se sabe ainda se foram ou não atingidos pelas enchentes.

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Soja já subiu de preço

O estado também é um grande produtor de carnes, respondendo nacionalmente por 12% da produção de frangos e 17% da produção de suínos. “Alguns frigoríficos tiveram que parar as atividades”, ressalta.

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“Mas a nossa visão é que principalmente a safra de arroz deve sentir uma queda de produção por conta das chuvas, e os preços podem ser impactados no curto prazo”, destaca.

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No caso da soja, o analista aponta que na Bolsa de Chicago o grão subiu quase 2,5% essa semana e 3% na semana passada. “E parte dessa alta a gente pode atribuir sim a essa expectativa de redução de safra no Rio Grande do Sul”, afirmou.

Impacto na logística

Ele acrescentou ainda outro ponto crítico no estado: a logística. “O estado tem centenas de pontos bloqueados nas estradas. É um cenário de guerra. E a logística está severamente impactada”, pontuou.

O único porto ainda aberto no estado é do Rio Grande (Pelotas e da capital Porto Alegre estão sem operação), responsável pela exportação de grãos e proteínas. Mas Isaak disse que se espera aumento do nível da água na região do terminal portuário, o que pode afetar seu funcionamento.

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“Tem muitos estragos que a gente não vê, que está debaixo d’água. Quando o nível da água baixar, mais problemas aparecerão”, disse.

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Difícil quantificar

Caio Megale, economista-chefe da XP, que também participou do Morning Call da XP, considerou ser difícil quantificar hoje os impactos econômicos do que está acontecendo no Sul do país.

“O arroz estava com viés de baixa, talvez vire para cima. A soja tem um impacto um pouco mais no atacado e o resto não vai afetar tanto a inflação como um todo. Pode ter alguma coisa de proteína, mas é cedo dizer. Não acredito que o BC vá colocar esse tema como ponto importante nas suas projeções de inflação”, avalia Megale.

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