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SÃO PAULO – Na semana passada, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a isenção de alíquota de importação de feijão, de qualquer país, por 90 dias. Pela regra, países de fora do Mercosul pagam 10% na Tarifa Externa Comum (TEF). Essa é uma medida emergencial para tentar frear a inflação e diminuir o preço do alimento.
“Não existe outra forma de trazer mínimo alento ao consumidor a não ser tirar todo e qualquer empecilho para importação”, afirmou Helio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA).
Apesar de defender a isenção, Sirimarco acredita que tal medida não será suficiente. “Como o feijão-preto é que deve ser importado, o preço do feijão-carioca só deve cair com a primeira colheita da safra 2016/2017, em fevereiro e março do ano que vem, com um aumento de área plantada influenciada pela alto do preço, caso as condições climáticas não atrapalhem o plantio”, disse.
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Segundo as informações do governo, na região Centro-Sul do país, houve queda acentuada na produtividade das lavouras, em relação ao ano passado, especialmente em Mato Grosso (39,1%), Goiás (23,4%), Paraná (17%) e Minas Gerais (9,2%). A diminuição da oferta fez com que os preços saltassem, sendo o feijão carioca aquele que mais subiu: 54% de janeiro a junho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Sirimarco acredita que o próprio preço alto pode ajudar a reequilibrar a oferta e a demanda, mas que somente uma mudança do consumo traria um verdadeiro alívio aos produtores e consumidores. “O hábito do brasileiro de consumir prioritariamente feijão-carioca deixa o País e os produtores muito dependentes. Por essa razão, já existe um entendimento na cadeira produtiva sobre a diversificação dos tipos de feijão”, ressaltou.
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