Potencial follow-on da Dasa (DASA3) é positivo para redução da alavancagem e ações sobem 7%, mas há dúvidas no mercado

Redução da alavancagem parece ser uma possibilidade, mas a empresa não se pronunciou até o momento sobre a destinação dos recursos

Felipe Moreira

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A Dasa (DASA3) anunciou na última sexta-feira (24) a possibilidade de uma oferta primária de ações no valor de R$ 1,5 bilhão, a R$ 8,50 ação, com os acionistas controladores e uma das instituições financeiras participantes da oferta se comprometem a subscrever na oferta.

A XP Investimentos considera a oferta como positiva, “dado que resolve parcialmente os problemas relacionados à alavancagem financeira e sinaliza que os acionistas controladores vêm potencial no negócio”. Com isso, nesta segunda-feira (27), as ações DASA3 subiram 6,97%, a R$ 8,13.

De acordo com as projeções da XP, a alavancagem da Dasa ao final de 2023 cairá de 4,5 vezes para 3,9 vezes o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia. Considerando o prêmio que os investidores pagarão para subscrever as novas ações, as ações precisarão subir 23% para atingir o ponto de equilíbrio.

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Já o Goldman Sachs pontua que o anúncio não traz grandes surpresas para o mercado, já que um potencial aumento de capital havia sido relatado em vários portais desde meados de março, devido a restrições de alavancagem após movimentos recentes de fusões e aquisições.

Com relação à precificação da oferta, o Goldman Sachs destacou que o preço de R$ 8,50 por ação representa um prêmio de 12% sobre os preços atuais e um desconto de 22% para o preço-alvo de R$ 11. “A potencial oferta primária é esperada para diminuir o endividamento da Dasa para uma relação dívida líquida/Ebitda de 4,2 vezes /3,9 vezes em 2023 e 2024”, explica o banco.

Paralelamente, analistas do Goldman Sachs não espera melhorias relevantes em termos de liquidez das ações, assumindo que não haja exercício de lote adicional de ações, uma vez que o aumento do free float advindo da oferta base (de 12% para 17%) é impulsionado pela subscrição de uma única entidade estratégica.

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O Morgan Stanley, por sua vez, ressaltou que não há detalhes sobre a destinação dos recursos da potencial oferta de ações da Dasa. “A redução da alavancagem parece ser uma possibilidade, após a emissão de R$ 1,0 bilhão de CRI em novembro de 2022”, comentou o banco. “Mas a empresa não se pronunciou até o momento sobre o destino dos recursos”.

Segundo Morgan Stanley, o posicionamento, a escala e o DNA únicos da Dasa devem permitir que eles liderem a transformação orientada por dados que já começou e tem o potencial de mudar as regras do jogo.

O banco americano ainda lembra que a Dasa tem tido desempenho pior que a média de mercado (DASA3: -43% versus Ibovespa: -7% no acumulado do ano), pois as margens foram pressionadas durante o ano e o lucro por ação (LPA) penalizado pelos custos financeiros, uma tendência que deve continuar no curto prazo, mas analistas acreditam que as perspectivas melhoram a partir de 2023 com a retomada da história de consolidação.

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A XP Investimentos manteve recomendação de compra para Dasa e preço-alvo de R$ 20,8. O Morgan Stanley também manteve avaliação equivalente à compra (overweight, exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 25. O Goldman Sachs, por sua vez, reiterou classificação neutra para Dasa e preço-alvo de R$ 11.

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