“Posso parecer apocalíptico, mas não dá pra subestimar a importância da reforma previdenciária”, diz Schwartsman

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, e o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman comentam as perspectivas para 2017

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – A reforma da Previdência é tão crucial para o presidente Michel Temer como o Plano Real foi para Itamar Franco na década de 1990. A comparação foi feita pela economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, em debate realizado pela InfoMoney TV sobre as perspectivas para 2017. “Se não fizer a reforma, corremos o risco de entrar numa espiral inflacionária e de ter calote lá na frente”, afirmou, durante entrevista em 22 de dezembro

Assista a este trecho da entrevista no vídeo abaixo; para assistir à íntegra do debate, clique aqui

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC (Banco Central) que também participou do debate, e considera o pagamentos de aposentadorias como o “cerne da questão” fiscal. “Posso parecer apocalíptico, mas não dá pra subestimar a importância da reforma previdenciária”, afirmou.

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O economista destacou que, atualmente, os gastos com o sistema previdenciário do INSS representam 40% da despesa federal e, sem uma reforma previdenciária, podem atingir 60% em 10 anos e colocar em xeque os objetivos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Teto dos Gastos. “Na ausência de uma reforma previdenciária, todo o resto fica comprometido”, disse.

Zeina argumenta ainda que as camadas mais populares da sociedade serão “preservadas” nas mudanças nas regras de concessão dos benefícios e que quem vai pagar mais serão as camadas “mais abastadas”. “Ainda que um ou outro sofra mais com o custo da nova regra, no conjunto, a sociedade é ganhadora.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers