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Em novembro, a proposta sobre a possível mudança na escala de trabalho 6 X 1 ganhou força. Membros da Câmara dos Deputados se preparam para apresentar uma PEC para a proposta, que visa reduzir o atual limite semanal constitucional de 44 horas de trabalho para 36 horas, mantendo o máximo de 8 horas por dia.
A proposta já foi assinada por 231 dos 513 deputados, embora as notícias apontem que sua apresentação só deve ocorrer em março de 2025, após as discussões na Câmara dos Deputados e no Senado.
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6×1? 4×3? O que PEC sobre escala de trabalho propõe e como funciona lá fora?
Em relatório, Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Summer, analistas da XP, avaliaram as despesas com pessoal dos varejistas em 2023 e sua relevância para a cobertura de ações do setor.
Em média, as despesas representam 12% das vendas líquidas, sendo que as varejistas de vestuário média-renda e farmácias apresentam as proporções mais altas (cerca de 15% das vendas líquidas em média), enquanto as varejistas de alimentos têm as mais baixas (7% em média), provavelmente devido à alavancagem operacional, dada a maior escala do segmento.
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Nesse sentido, as associações nacionais do comércio, farmácias e supermercados (CNC, Abrafarma e Abras) já se manifestaram contra a mudança, observando que a medida poderia levar a aumentos de preços. A análise de sensibilidade da XP aponta para um aumento de cerca de 1% nos preços para compensar um aumento de 10% nas despesas gerais e administrativas.
“Embora reconheçamos que, se aprovado, o projeto teoricamente permitiria uma escala mais flexível, acreditamos que ele também pressionaria o ambiente, pois: i) aumentaria as despesas com pessoal das empresas, o que poderia levar a preços mais altos; ii) elevaria os salários por conta de maiores desafios para encontrar mão de obra qualificada (por exemplo, vendedores, desenvolvedores etc.); iii) dificuldade financeira para concorrentes menores e menos capitalizados; e iv) redução das horas de trabalho das lojas/funcionários”, apontam os analistas.
Em suma, vê desafios para que essa proposta evolua no atual ambiente político, com as recentes medidas do pacote fiscal anunciadas como prioridade. Contudo, é necessário monitorá-la, pois a exposição das varejistas é alta e, se aprovada, levaria a maiores despesas com pessoal. Isso poderia prejudicar as margens ou ser parcialmente mitigado por aumentos de preços, já que o poder de compra dos consumidores continua limitado.