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SÃO PAULO – Não é incomum que a Positivo Tecnologia (POSI3) registre fortes variações de suas ações. Na sessão desta terça-feira (18), os ativos chegaram a subir cerca de 10% após três sessões de expressiva queda. Contudo, no ano, a tendência de alta é clara, com os papéis POSI3 saltando cerca de 135% no acumulado em 2021 até a tarde desta terça, ante ganhos de cerca de 3% do Ibovespa no mesmo período.
Ainda sem grande cobertura por bancos e casas de análise, a fabricante de computadores, que se consolidou na oferta de notebooks e PCs de baixo custo, teve o seu otimismo sendo reiterado pelos analistas que cobrem a ação após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2021, na última semana.
Na última quarta-feira (12), a Positivo reportou uma forte alta do lucro líquido de 1.175% nos primeiros três meses do ano na comparação anual, indo para R$ 55,757 milhões.
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Para o Bradesco BBI, os destaques ficaram ainda para a variação expressiva da receita líquida, com alta de 79% na base anual, a R$ 61 milhões, além de um lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 61 milhões, revertendo resultado negativo de R$ 10 milhões em igual período de 2020.
Fred Mendes, Cristian Faria e Gustavo Tiseo, analistas do BBI, destacaram que a forte melhoria nos principais segmentos continua a gerar resultados. O destaque positivo ficou para notebooks, com alta de 104,2% na receita de vendas, indo de R$ 170,9 milhões para R$ 349 milhões. Já os tablets tiveram alta de 1.027% na receita mesma base de comparação; novas frentes de serviços como Internet das Coisas (alta de 128%, a R$ 10,36 milhões) e outros produtos (variação positiva de 482%, a R$ 81,83 milhões) também se destacaram.
Esse movimento aconteceu apesar de segmentos como servidores e telefones celulares terem diminuído 17% e 26% na comparação anual no primeiro trimestre de 2021, respectivamente.
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Em termos de rentabilidade, a margem Ebitda (relação entre Ebitda e receita líquida) ficou positiva em 9,1%, beneficiando de um aumento de 7,5 pontos percentuais na margem bruta graças à maior eficiência de custos, bem como a uma alavancagem operacional positiva, visto que as despesas com vendas, gerais e administrativas subiram 57% na comparação anual.
De uma forma geral, para o BBI, os resultados foram bastante promissores, uma vez que a empresa seguiu a linha do já excelente desempenho registrado nos últimos três meses de 2020, em que seu lucro saltou quase trinta vezes.
Em seu release de resultados, a companhia também destacou que, durante o trimestre, complementou o portfólio de computadores com nova marca ao anunciar o licenciamento e a incorporação das operações da marca Compaq em território brasileiro.
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Segundo a empresa, a operação permitiu alavancar a participação no segmento de computadores intermediários e consolidar a empresa na fabricação, distribuição e atendimento de soluções para todo tipo de público. A Positivo também aportou recursos na EuNerd, startup de assistência técnica em informática, complementando o portfolio de investidas, o qual é formado por startups que atuam em mercados como análises clínicas, eletromobilidade e agropecuária.
“Vemos a empresa bem-sucedida em sua estratégia de se posicionar em diferentes classes de consumidores com diferentes marcas (Vaio, Compaq e Positivo), o que deve ajudar a entregar elevados volumes de vendas de notebooks no futuro, principalmente em um cenário em que os concorrentes do segmento de consumo oferecem produtos com preços mais altos e o ambiente econômico continua a forçar as vendas”, apontam os analistas do BBI.
Na mesma linha, Eric Huang, analista da Eleven Financial, destacou que os resultados foram bem acima do esperado, com crescimento nas unidades de negócio e grande expansão de margens aproveitando
o momento favorável para o setor.
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Huang aponta que a companhia está se beneficiando de uma nova tendência de consumo, que aumentou a importância do computador para o consumidor, que agora o utiliza para home-office,
homescholling, lazer e outras finalidades, alavancando as vendas do segmento Consumer, principal responsável pelo resultado robusto apresentado.
A empresa também ressaltou que suas vertentes de crescimento como IoT (internet das coisas), HaaS (Hardware as a Service), Urnas, Pequeno Varejo e Tecnologia Educacional cresceram 63% na base anual, e que irá continuar investindo em seu programa de Corporate Venture Capital.
Com o forte crescimento de 85% da receita bruta na comparação anual direcionado pelo avanço de 152% do segmento consumer, os destaques apontados pelo analista da Eleven ficaram também para o canal de e-commerce, que cresceu 184% na mesma base de comparação, e para a ampliação do portfólio da linha Vaio, com crescimento de receita de 92% na base anual.
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Já o segmento corporativo, que enfrentou cenário mais desafiador em 2020, apresentou crescimento de 13%, diante do maior índice de confiança das empresas. Enquanto isso, o segmento de instituições
públicas avançou 43%, resultante da maior demanda do sistema educacional e bancos públicos.
Outro fator importante que impactou a receita foram os preços maiores praticados em virtude da inflação e do câmbio, sendo repassados ao consumidor. Desta forma, a margem bruta atingiu 23%, em linha com as estimativas da Eleven e 3 pontos acima do primeiro trimestre de 2020.
Diante do forte resultado, das boas perspectivas para o ano e da ampliação do portfólio de produtos com a marca Compaq, a Eleven reiterou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 15 por ativo POSI3, o que configura um potencial de alta de 41% em relação ao fechamento de segunda-feira, de R$ 10,62.
Ao comentar os resultados na semana passada, o BBI avaliou que, mesmo com os excelentes números, as ações já tiveram um forte desempenho ante o primeiro trimestre de 2020, o que faz os analistas pensarem que parte significativa dessa melhoria já está precificada.
Os analistas, contudo, reiteraram recomendação de compra com um preço-alvo de R$ 9,50 (baixa de 10,55% em relação ao fechamento de segunda), mas veem um aumento claro para esse preço caso a tendência sólida persista para a companhia.
De acordo com compilação de recomendações feita pela Refinitiv, as três casas que cobrem o papel possuem recomendação de compra, com preço-alvo médio seja de R$ 11,17, ainda que com um valor apenas 5% maior do que o fechamento da véspera.
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