Pós-Merge do Ethereum pode ter short squeeze e versão Classic reforçada, apontam analistas de blockchain

O mercado de criptomoedas está de olho na tão esperada atualização “Merge” (“Fusão”, em português) da rede Ethereum esta semana, evento que marca a mudança da rede para um mecanismo considerado mais eficiente em termos energéticos.

A Fusão está prevista para reduzir o consumo de energia da Ethereum em 99,95% – considerado positivo para a sustentabilidade e segurança da blockchain. Com base nas últimas estimativas, a mudança ocorrerá na madrugada de quinta-feira (15).

Há muita especulação entre os traders de criptomoedas sobre como tudo isso vai acontecer. A plataforma de análise de blockchain Nansen e a empresa de dados Kaiko publicaram relatórios sobre o que prestar atenção.

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1. Taxas de financiamento de ETFs

As taxas de financiamento são semelhantes às taxas de juros – mas para os traders: é o que eles pagam pela alavancagem ao negociarem em criptomoedas. Quando negativas, de um modo geral, significam que há mais demanda dos traders para apostar na quedas dos preços.

À medida que a Fusão se aproxima, a Kaiko tem monitorado as taxas de financiamento nos mercados de criptomoedas.

De um lado, as taxas de financiamento de Bitcoin (BTC) se tornaram positivas recentemente, mas as do Ethereum (ETH) caíram para o nível mais negativo desde julho de 2021, de acordo com a pesquisa da Kaiko.

O levantamento descobriu que os investidores estão cada vez mais se voltando para os mercados futuros em detrimento dos mercados à vista para reajustarem sua exposição antes da atualização, o que deixa o mercado “preparado para um possível short squeeze”.

Short squeeze é o fechamento forçado de posições vendidas, causando uma cascata de liquidações e uma alta repentina no preço de um determinado ativo.

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Se a Merge for bem-sucedida, espera-se que essas posições vendidas de futuros “se fechem e a taxa volte para o território positivo”, o que poderia atuar como um fator positivo para o preço do ETH pós-Fusão, segundo analistas da Kaiko.

2. Staked Ethereum (stETH)

As empresas também estão analisando o Staked Ethereum (stETH), token sintético do protocolo do Lido que, em teoria, é negociado a um valor próximo do Ethereum. No período que antecedeu a Fusão, porém, eles foram negociados com desconto.

A pesquisa da Nansen mostrou que o serviço de staking Lido detém a maior quantidade de stETH, com 31%, seguido pela Coinbase, Kraken e Binance, com cerca de 30%.

Apesar de cada token ser resgatável em algum momento pós-Merge na proporção de 1:1, os pesquisadores da Kaiko observaram um desconto significativo nos três maiores tokens de Staked Ethereum: stETH (da Lido), cbETH (da Coinbase) e  bETH da Binance – refletindo os vários riscos percebidos por investidores.

A Nansen também destacou o risco tecnológico de a Fusão ser ou não executada corretamente. A boa notícia foi a melhora nos descontos para stETH e bETH a partir de domingo (11), segundo a Kaiko.

“Os investidores podem ficar suficientemente satisfeitos com o desconto para investir em ambos os tokens, ganhando tanto o rendimento de staked ETH quanto o desconto no preço quando o token for resgatado”, afirma, indicando que a compra dos sintéticos agora com o abatimento pode resultar em um lucro mais à frente, considerando que eles devem buscar a paridade com a criptomoeda da rede Ethereum.

3. Ethereum Classic deve ganhar força

A Ethereum Classic (ETC), uma blockchain semelhante ao Ethereum que deve permanecer com o mecanismo de prova de trabalho após a Fusão, vem ganhando força desde julho, de acordo com a Kaiko.

Os pesquisadores observaram fortes entradas de capital nos contratos futuros de seu token ETC, à medida que os mineradores de Ethereum transferiam recursos para a rede, que seguirá operando no modelo tradicional de mineração abandonado pelo Ethereum.

“A tendência provavelmente continuará, pois na semana passada o segundo maior pool de mineração de Ethereum, o F2Pool, anunciou que interromperá a mineração de ETH em setembro e fará a transição para o Ethereum Classic”, diz o relatório.

4. Smart money

Os pesquisadores da Nansen disseram que os milionários e bilionários de ETH – grandes detentores – vêm acumulando Ethereum consistentemente desde o início do ano, aparentemente sem serem perturbados pela volatilidade dos mercados.

No entanto, o smart money (dinheiro inteligente, em português), como a Nansen descreve o capital controlado por investidores institucionais, começou a aumentar após uma baixa em meados de junho, apontaram os pesquisadores. “Eles estão antecipando alguma ação de preço positiva em torno da Fusão”, destacaram os analistas.

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