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SÃO PAULO – As ações da PortX (PRTX3) tiveram uma curta vida no mercado brasileiro. Os papéis da companhia, resultado da cisão parcial da LLX Logística (LLXL3) em dezembro de 2010 – compreendendo os seus ativos no Porto Sudeste -, não estarão mais em negociação na BM&FBovespa no pregão de segunda-feira (20), se despedindo da bolsa nesta sessão, já que a companhia será incorporada totalmente pela sua controladora MMX Mineração (MMXM3), encerrando uma novela que vem se arrastando há mais de um ano.
Em comunicado ao mercado enviado na quarta-feira (15), a PortX informou que nenhum acionista exerceu o direito de retirada referente à incorporação, decretando assim o fim da companhia na bolsa. Em assembleia geral extraordinária, os acionistas das empresas concordaram na relação de troca de 0,5042 ações da MMX por cada ação da PortX.
Com isso, encerra-se a saga para tirar a empresa de terminais portuários do grupo EBX, de Eike Batista, da bolsa. Em maio de 2011, a empresa de mineração havia feito uma oferta para fechar o capital da PortX, detendo assim 99,9% do capital da companhia. Entretanto, após três reuniões e negociações sobre os termos de troca sobre o papel, só agora a companhia conseguiu incorporar os 0,91% restantes, podendo enfim tirar os papéis da bolsa.
Estreia marcante na bolsa
Apesar de não ter ficado nem um pouco mais de um ano e meio em negociação na bolsa, quem acompanhou as ações da PortX tem histórias bem interessantes para contar. A PortX já entrou na bolsa brasileira fazendo história, tendo um primeiro dia de negociações de seus ativos bastante marcante para o mercado.
Em seu pregão de estreia, na sessão de 3 de dezembro de 2010, os papéis tiveram uma disparada de 806,98%, com a cotação passando de R$ 0,43 – valor firmado para a estreia – para R$ 3,90. Os papéis chegaram a ter valorização de 841,86% na sua máxima intradiária.
Em uma trajetória bem oposta, estiveram os papéis da LLX na sessão, que despencaram 40,7% e fecharam a R$ 4,59. A justificativa para a grande diferença foi a estrutura da operação, considera não justa pelo mercado. Por isso, os investidores penalizaram as ações da LLX na sessão ao mesmo tempo em que viram as ações da PortX como baratas frente a seu potencial.
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Além disso, já naquela época surgiram notícias de que a MMX realizaria uma oferta de permuta para adquirir a totalidade dos papéis, iniciando um longo conflito entre as partes correspondentes.
Longa novela
No primeiro dia de negociações da PortX na bolsa, a MMX já havia anunciado que iria realizar uma oferta de permuta para adquirir a totalidade das ações da PortX. Dessa forma, a MMX tentou realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações da PortX em 2011, iniciando o processo poucos dias após a ação da companhia estrear na bolsa.
A previsão era de que a operação fosse de aproximadamente US$ 1,8 bilhão e fosse suprida através da oferta de títulos ou bonds aos acionistas da PortX. Já em abril de 2011, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) concedeu à mineradora o registro de OPA, com leilão de compra no final de maio do mesmo ano.
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Em agosto, houve um outro programa de aquisições dos ativos PRTX3, fazendo com que a MMX passasse a deter 97% do capital social da adquirida e, posteriormente, 99,9% dos papéis da companhia. Desde então, as negociações para incorporar a PortX foram bastante complicadas.
Apenas em julho de 2012 a MMX acabou aceitando a proposta de pagar 0,5042 ações MMXM3 por cada papel PRTX3, mas a negociação foi longa, já que defendia uma relação de 0,195 papel MMXM3 para cada PRTX3. A mineradora já havia ficado fora de duas assembleias da PortX para tratar do tema. Como a própria mineradora era detentora de 99,9% do capital, as assembleias não ocorrera, por falta de quórum.
Em ambas as ocasiões, a relação de troca não beneficiava a companhia, já que garantiam valores superiores ao restante dos papéis PRTX3 do que operavam naquele momento. Nas duas datas, a relação de troca garantiria um valor às ações da PortX 53,61% superior ao fechamento do dia anterior.
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Mesmo, a mineradora pagará mais do que o esperado pelos papéis da companhia. O pagamento por ação será de R$ 2,81 por cada papel PortX, frente ao fechamento desta quinta-feira (17). Desse modo, a companhia, mesmo pagando mais do que o previsto inicialmente para tirar a PortX da bolsa, finalmente conseguiu atingir o seu objetivo.
Veja os números da PortX na bolsa:
Pregão |
Variação |
Cotação de |
Volume
|
Número de |
|
---|---|---|---|---|---|
Maior alta e |
3 de dezembro de 2010 | +806,98% | R$ 3,90 | R$ 75,5 milhões | 3.599 |
Maior queda | 11 de maio de 2012 | -16,07% | R$ 2,75 | R$ 2,02 milhões | 534 |
Menor cotação |
29 de novembro de 2011 | -7,89% | R$ 1,40 | R$ 354,2 mil | 212 |
Maior cotação de fechamento |
7 de dezembro de 2010 | +3,61% | R$ 4,30 | R$ 27,98 milhões | 4.907 |
Maior número de negócios em uma sessão |
18 de março de 2011 | -2,54% | R$ 3,83 | R$ 55,91 milhões | 10.367 |