Porto X Caixa Seguridade: qual seguradora teve melhor desempenho no 4º trimestre?

Ambas seguradoras apresentaram crescimento do lucro líquido no período

Felipe Moreira

Seguros de pessoas (Foto:  Conger Design/Pixabay)
Seguros de pessoas (Foto: Conger Design/Pixabay)

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Duas das maiores seguradoras do País, Porto (PSSA3) e Caixa Seguridade (CXSE3), reportaram resultados positivos no quarto trimestre de 2024 (4T24). Ambas companhias apresentaram crescimento do lucro líquido no período, mas analistas tiveram uma visão unânime positiva para CXSE3, enquanto houve maior divisão sobre PSSA3.

Enquanto a Caixa Seguridade viu a lucratividade subir 26,5% na base anual, impulsionada por uma forte atividade comercial, a Porto teve um crescimento mais modesto do lucro, cerca de 3,1% no 4T24.

A XP investimentos avalia que a Caixa Seguridade reportou mais um conjunto de sólidos resultados trimestrais, o que reforçam sua convicção de que os impactos não recorrentes ficaram para trás e que o negócio segue uma trajetória positiva.

Pelo segundo trimestre consecutivo, a Caixa Seguridade atingiu um nível recorde de prêmios emitidos.

Saiba mais:

Com relação ao proventos, a Caixa Seguridade anunciou dividendos juntamente com seus resultados mais uma vez. No quarto trimestre, o Conselho de Administração aprovou a distribuição de R$ 960 milhões em dividendos, representando 91,4% do lucro líquido gerencial do período, com pagamento agendado para 17 de abril de 2025.

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O Morgan Stanley também classificou os resultados da Caixa Seguridade como sólidos, superando as expectativas dos analistas com base em fortes resultados não financeiros. De fato, o lucro líquido das atividades operacionais não financeiras atingiu R$ 756 milhões, um aumento impressionante de 20% na base anual, com a maioria dos KPIs nas operações de seguros, acumulação e corretagem apresentando bom desempenho.

O Itaú BBA, por sua vez, avalia que a Caixa Seguridade reportou um bom lucro líquido no 4T24 de R$ 1,1 bilhão, 6% acima das suas estimativas, sustentado principalmente da dinâmica operacional do que dos resultados financeiros.

No segmento de seguros, na avaliação do BBA, os destaques positivos foram os prêmios emitidos de hipoteca e residência crescendo cerca de 13% na base anual, ou 2% acima da sua expectativa. No entanto, o crédito e a vida ficaram abaixo das expectativas.

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O BBA e Morgan reiteraram recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 17 e R$ 16,50.

Números da Porto (PSSA3)

A Porto registrou lucro líquido recorrente de R$ 710,4 milhões no quarto trimestre, alta de 3,1% sobre um ano antes, apesar de um recuo no resultado financeiro e despesas operacionais maiores.

A companhia teve receita total de R$ 9,8 bilhões, expansão de 14,1%, com despesas operacionais de R$ 840 milhões, crescimento de 30,2% na mesma comparação.

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O retorno sobre patrimônio líquido anualiado (ROAE) ficou em 20,3%, 3,6 pontos percentuais abaixo do apurado um ano antes.

A empresa também divulgou projeções para este ano, esperando sinistralidade na divisão PortoSeguro de 51% a 55%, crescimento de 2% a 5% nos prêmios ganhos e um índice de despesas gerais e administrativas em expansão de 10,3% a 11,2%.

Na avaliação do Morgan Stanley, a Porto Seguro apresentou resultados sólidos, superando o consenso do lado da venda e suas estimativas com base em fortes resultados de subscrição. Do lado negativo, os resultados de crédito e serviços foram mais fracos do que o esperado em custos e despesas mais altos.

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O Morgan pontua que a receita financeira também foi mais fraca, mas isso provavelmente foi antecipado pelo mercado e incorporado em seus números, dado o movimento na curva da taxa de juros e o desempenho do mercado de ações.

A equipe do Morgan reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 48.

O JPMorgan, por sua vez, avalia que o resultado da Porto veio abaixo das estimativas, devido a provisões maiores e baixa contábil do Carro Fácil.

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Além disso, o guidance para 2025 foi fraco na visão do JPMorgan, com um intervalo de R$ 3,0 a 3,1 bilhões no ponto médio, 6% abaixo das estimativas de R$ 3,26 bilhões.

O JPMorgan manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 47.

Já o Goldman Sachs avalia que embora o desempenho trimestral tenha sido misto, o guidance será bem recebido, considerando as perspectivas de crescimento nos segmentos de saúde e banco.

O Goldman Sachs reiterou classificação de compra e preço-alvo de R$ 46.