Por que todo mundo está falando sobre SVB? Tudo o que se sabe sobre a queda do banco até agora

Entenda o que aconteceu com o banco de crédito e o que pode acontecer agora se a situação piorar

Bloomberg

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O colapso de um banco de crédito pouco conhecido fora do Vale do Silício está reverberando no mundo das startups e aprofundando a incerteza no setor financeiro global.

Na sexta-feira (10), os reguladores da Califórnia fecharam o Silicon Valley Bank (SVB) e o colocaram em concordata.

Isso ocorreu depois que uma tentativa de venda de ações da empresa falhou e as startups começaram a retirar seus fundos por insistência de empresas de capital de risco.

Então, o que o SVB fez e por que provocou tanto caos no mercado? Aqui está tudo o que sabemos até agora – e o que pode acontecer a seguir:

O SVB faliu?

Sim, o Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia assumiu o banco e alegou liquidez e insolvência inadequadas. Ele nomeou a Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) como novo administrador.

O que é o FDIC?

O FDIC pode proteger seu dinheiro se um banco que ele segurou – como o SVB – falir (semelhante ao Fundo Garantidor de Crédito no Brasil). A liquidação normalmente significa que os depósitos de um banco serão assumidos por outro banco saudável ou o FDIC pagará aos depositantes até o limite segurado, que é de US$ 250.000.

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O FDIC disse que os depositantes segurados do SVB teriam acesso aos seus fundos até segunda-feira de manhã. Os depositantes não segurados receberão um certificado de liquidação pelo valor restante de seus fundos não segurados, disse o regulador, acrescentando que ainda não sabe o montante total.

O que aconteceu no SVB?

A provação do SVB, com sede em Santa Clara, Califórnia, começou depois que sua controladora, o SVB Financial Group, anunciou que vendeu US$ 21 bilhões em títulos de sua carteira e disse que estava realizando uma venda de ações de US$ 2,25 bilhões para fortalecer suas finanças. A medida foi motivada por altas saídas de depósitos no banco devido a uma desaceleração mais ampla no setor de startups, dizem analistas. O SVB também previu um declínio mais acentuado na receita líquida de juros.

Tudo isso assustou vários gestores de venture capital proeminentes, incluindo o Founders Fund de Peter Thiel, a Coatue Management e a Union Square Ventures, que, segundo fontes, instruíram as empresas de seus portfólios a limitarem a exposição e sacarem seus valores do banco. Outras empresas de capital de risco pediram às empresas de portfólio que pelo menos transferissem parte de seu dinheiro para fora do banco, enquanto algumas outras indicaram que apoiariam o SVB.

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As ações do SVB caíram 60% na quinta-feira e seus títulos registraram quedas recordes. O CEO do SVB, Greg Becker, realizou uma teleconferência com os clientes do banco, incluindo investidores de capital de risco, pedindo para “manter a calma” em uma tentativa de evitar uma corrida bancária.

Mas na sexta-feira, a venda de ações da empresa falhou e ela passou a buscar um resgate depois que a negociação de suas ações foram interrompidas após uma nova queda profunda.

Como os problemas do SVB se espalharam?

Os problemas do SVB coincidiram com o fechamento abrupto da Silvergate Capital Corp., com os choques causando ondulações no setor bancário e empurrando as ações para baixo. Na quinta-feira, o KBW Bank Index – um índice de referência de ações bancárias – caiu 7,7%, a maior queda em quase três anos.

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Quem eram os clientes do SVB?

O SVB estava profundamente enraizado no cenário de startups dos EUA, como o único banco de capital aberto focado no Vale do Silício e em startups de tecnologia. De acordo com seu site, ela fez negócios com quase metade de todas as startups apoiadas por capital de risco dos EUA e 44% das empresas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco dos EUA que abriram o capital no ano passado.

Na lista estão Pinterest, Shopify e a empresa de segurança cibernética CrowdStrike Holdings, figurando entre os maiores nomes que ela já atendeu.

Qual é o pior cenário?

O risco é de contágio – que essa falha crie estresse no sistema financeiro, provoque uma instabilidade mais ampla no setor e leve mais instituições ao colapso. Figuras proeminentes de Wall Street dizem que isso é improvável, mas na sexta-feira os investidores venderam ações em busca de investimentos mais seguros.

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