Por que protocolos DeFi estão limitando empréstimo de Ethereum antes do “Merge”

Protocolos Aave e Compound votaram por medidas de precaução para evitar que investidores de airdrops sugassem sua liquidez

CoinDesk

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*Por Daniel Kuhn

A atualização “Merge” (“Fusão”, em português) da rede Ethereum – que irá abandonar a mineração em troca de um mencanismo mais ecológico –, já está criando oportunidades para aqueles que prevêem um possível impacto positivo no preço do Ethereum (ETH).

O ETH, negociado em torno de US$ 1.700, está alcançando novas máximas anuais antes da mudança, programada para a próxima semana.

A moeda está sendo negociada em seu preço mais alto em relação ao Bitcoin (BTC) este ano e está também competindo fortemente com outras blockchains de primeria camada (que não dependem de outras redes para operar). Parte do motivo, segundo analistas, são os diversos tokens propostos para serem distribuídos (airdrop) aos detentores de ETH após a conclusão da transição – um subsídio gratuito que as pessoas podem optar por manter ou vender.

Vários protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) estão agora estabelecendo limites em torno dos empréstimos de ETH, à medida que os especuladores abusam da alavancagem para maximizar a quantidade de tokens a receber de graça.

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Usuários do Compound (COMP), por exemplo, aprovaram hoje uma votação para definir um limite de empréstimo de 100 mil ETH e para aumentar as taxas de juros para grandes tomadores. O Compound é um protocolo de empréstimos que permite que os usuários recebam juros sobre suas moedas através de pools de empréstimos.

“O [Merge] tem o potencial de causar interrupções nos mercados de empréstimos de ETH devido à possibilidade de receber airdrops de fork (bifurcação) de tokens ETH. Isso pode incentivar empréstimos excessivos de pools de empréstimos de ETH, o que leva a uma experiência negativa do usuário para depositantes que não podem sacar seus fundos”, dizia a proposta.

Isso ocorre uma semana depois que a Aave (AAVE), um grande protocolo de empréstimo descentralizado, criou novas regras para se proteger dos riscos associados a um aumento na demanda de empréstimos por ETH de traders de cripto que se posicionam para a atualização da blockchain. Uma dessas regras é a proibição temporária dos empréstimos de ETH.

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Compound e Aave

Os riscos para ambos os protocolos, Compound e Aave, e talvez para outras plataformas DeFi, são semelhantes: especuladores de airdrop podem sugar depósitos de ETH, criando restrições de liquidez para outros usuários.

De fato, outros protocolos DeFi estão vendo os usuários trocarem derivados de ETH, como o token Staked Ether (STETH), que não receberá airdrops e agora está sendo negociado com um desconto significativo.

Na proposta do Compound, os usuários observam que “a grande maioria dos ativos que não são ETH provavelmente se tornará inútil em novas redes geradas após o fork” – talvez incluindo o airdrop mais esperado, do projeto chamado “Ethereum PoW” (ETHPoW). Mas o trade de curto prazo é atrativo para muitos, e essas variedades alternativas de ETH ainda podem reter valor.

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Para alguns, esses limites colocados em torno do empréstimo de ETH parecem antitéticos aos objetivos DeFi – que busca criar condições comerciais mais justas para todos. Isso acontece principalmente considerando o quão concentrada está a votação DeFi entre os grandes detentores de tokens hoje.

Mas esses movimentos de precaução também podem provar o valor e a viabilidade da governança do protocolo, protegendo a saúde de longo prazo do DeFi contra traders míopes e motivados individualmente. Em ambos os casos, há um milhão de maneiras de operar a Fusão.

* Daniel Kuhn é repórter e editor-assistente de opinião da coluna “Layer 2” do CoinDesk.

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