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Os números que Fedex e Nike apresentaram na “pré-temporada” de balanços dos Estados Unidos vieram piores que o esperado e trouxeram temores sobre o início de uma recessão no país.
Mas os resultados trimestrais dos grandes bancos americanos reportados até agora parecem ter reduzido essas preocupações – pelo menos por enquanto. A Bloomberg Inteligence projetava que o setor financeiro teria a maior queda no lucro por ação entre as empresas do índice S&P 500.
No entanto, ainda que os lucros das instituições financeiras estejam, de fato, recuando, o desempenho tem sido melhor que o esperado, o que anima os mercados.
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Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2022 da Bolsa brasileira
É o caso do lucro do Goldman Sachs no terceiro trimestre de 2022, que caiu 43%, na comparação anual, para US$ 3,07 bilhões, ou US$ 8,25 por ação. A média das projeções dos analistas consultados pela Refinitiv, por outro lado, apontava para lucro por ação de US$ 7,69. As receitas do banco também bateram as expectativas, alcançando US$ 11,98 bilhões, ainda que tenham caído 12% em relação ao mesmo período do ano passado. As quedas já eram esperadas, já que o mercado de IPO’s, que ferveu em 2021, esfriou este ano.
“Uma piada maldosa diz que banqueiros conseguem lucrar tanto ao som de violinos quanto no estrondo dos canhões. Não é bem assim. Os resultados dos bancos que dependem mais de resultados de mercado foram prejudicados”, observam os analistas da Levante Ideia de Investimentos.
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Com o mercado de capitais em baixa, a divisão de renda fixa, moedas e commodities (FICC, na sigla em inglês) do Goldman Sachs foi um dos principais destaques positivos, crescendo 41% em bases anuais, para US$ 3,53 bilhões.
O JPMorgan observa que a receita do banco no acumulado de 2022 caiu em maior intensidade do que os custos, o que abre espaço para ajustes nessa linha agora no quarto trimestre.
Depois de reportar lucro melhor que o esperado, o Goldman Sachs anunciou, oficialmente, uma reestruturação de seus negócios em três áreas: gestão de ativos e de patrimônio; global banking; e mercados e soluções de plataforma. Para o JP Morgan, a estratégia tende a reduzir os custos de aquisição de clientes do banco.
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O Credit Suisse avalia que a intenção do Goldman Sachs em alinhar negócios de banco de varejo com gestão de recursos é consistente com o que os analistas vinham ouvindo e faz sentido. Além disso, o Credit também vê como positivo o fato de que as metas financeiras do banco não mudaram, apesar de sua reestruturação.
JPMorgan, Wells Fargo e Citi também apresentaram números que foram bem recebidos pelos investidores na semana passada. Os três balanços trouxeram características parecidas: os lucros caíram, impactados por aumento nas provisões para créditos inadimplentes. Mas, as receitas subiram, com a ajuda dos juros mais altos da economia.
Longe do fundo do poço
O Bank of America também surpreendeu os analistas positivamente. No balanço divulgado ontem (17), o BofA reportou lucro de US$ 0,81 por ação, enquanto o mercado previa US$ 0,78. Os ganhos com crédito do banco foram impulsionados pelos juros mais altos da economia americana, alcançando US$ 13,8 bilhões no trimestre. O banco também registrou um crescimento de 12% em sua carteira de crédito.
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Em relação aos direcionamentos da gestão, o CEO do BofA, Brian Moynihan, reafirmou a intenção de continuar expandindo os programas de recompra. Ele disse estar vendo o início da expansão dos níveis de inadimplência em produtos como cartão de crédito, mas ainda em patamares controlados. Também forneceu um guidance de continuidade de expansão da margem financeira para o próximo trimestre, aponta a Levante.
Com isso, na sessão de ontem (também ajudados pela reversão do pacote fiscal do Reino Unido), o S&P subiu 2,66%, o Nasdaq teve alta de 3,44% e o Dow Jones valorizou 1,91%. A terça-feira também é dia de ganhos para o mercado na esteira dos números do Goldman.
“O que os investidores perceberam é que bancos americanos não só conseguiram aumentar o volume em empréstimos como estão conseguindo repassar esse aumento de juros”, Paulo Albuquerque, analista e sócio da Quantzed. “Isso foi visto positivamente, pois mostra que setor está conseguindo reagir.”
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Com bancos apresentando números melhores que o esperado, o mercado já começa a esperar o mesmo para o balanço das empresas de outros setores.
“Os números do terceiro trimestre das empresas poderão demonstrar que a economia americana está reagindo menos mal do que se temia ao aperto de juros pelo Federal Reserve (Fed). E que a alta das taxas poderá, sim, desacelerar o ritmo do crescimento, mas não deverá lançar os negócios no poço de uma profunda recessão”, aponta a Levante.
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