Por que o Ibovespa sobe mesmo com as novas ameaças de tarifa sobre o aço de Trump?

A valorização dos índices de ações do ocidente e das commodities estimulam alta do Ibovespa

Estadão Conteúdo

Painel de cotações (Crédito: Shutterstock)
Painel de cotações (Crédito: Shutterstock)

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A valorização dos índices de ações do ocidente e das commodities estimulam alta do Ibovespa no pregão desta segunda-feira, 10, que atenua parte das perdas recentes. Na sexta-feira, o Índice Bovespa fechou em baixa de 1,27%, aos 124.619,40 pontos, com recuo de 1,20% na semana passada. De 87 papéis na carteira teórica, só Embraer ON (EMBR3;-0,21%) e Santos BRP ON (STBP3; -0,15%) caem. CSN (CSNA3) – a única do setor de metais a ceder até então -, zerava a queda.

O anúncio de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe cautela em semana de divulgações importantes como dados de inflação aqui e nos EUA. O Brasil é o segundo maior exportador de aço mundial para os EUA.

A despeito de avaliar que a imposição de tarifas ao aço e alumínio no mundo pelo governo dos Estados Unidos gera cautela, o seu efeito pode não ser tão elevado no Brasil, avalia Marcos Moreira, sócio da WMS Capital. “Tem impacto direto, mas a magnitude não deve ser tão grande”, estima, lembrando que as exportações de aço e alumínio do Brasil para os EUA ficaram na casa dos US$ 6 bilhões em 2024. “Não nos parece algo tão elevado mas o ponto inicial é que devemos ficar atentos com esse assunto das tarifas”, avalia.

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“Trump está com a metralhadora ligada para tudo quanto é lado. Não é só o Brasil que pode ser contaminado, mas o mundo todo”, diz Pedro Galdi, analista de investimento independente.

Em sua visão, o governo pode optar por rever a taxação do segmento no Brasil, cuja alíquota não é elevada, diz, o que atenuaria possíveis efeitos desfavoráveis.

Enquanto a oficialização não acontece, os ativos brasileiros se recuperam. O dólar ante o real opera em baixa, com a moeda tendo atingindo mínima intradia de R$ 5,74,68, influenciando para baixo parte da curva de juros. Na sexta-feira, encerrou em R$ 5 7936, com alta de 0,52%.

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Contudo, na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, o tema das tarifas comerciais seguirá como foco importante dos agentes no curto prazo, embora a agenda econômica nos EUA nesta semana seja destaque.

O presidente norte-americano anunciou que aplicará tarifas de 25% sobre importações globais de aço e alumínio, a partir de hoje, além de reiterar tarifas recíprocas nos próximos dias.

“Se a decisão de Trump de taxas a importações de aço e alumínio for implementada, haverá impacto para o Brasil, que exporta para os EUA 48% de suas vendas de aço e 16% de alumínio. O valor total dessas exportações é de US$ 6,5 bilhões”, detalha em nota a MCM.

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Ainda na esteira das tarifas, a China iniciou hoje medidas retaliatórias sobre gás, carvão, petróleo e veículos, em resposta à taxação imposta por Trump, e a União Europeia disse estar pronta para reagir rapidamente aos EUA.

Em Dalian, o minério de ferro fechou com valorização de 0,79%, em meio ao aumento da inflação ao consumidor na China em janeiro acima do esperado. Já o petróleo avança em torno de 1,00%, após sanções americanas à rede de transporte de petróleo iraniano para a China.

Às 11 horas, o Ibovespa subia 1,24% e marcava 126.386,31 pontos, após avançar 1,42% na máxima aos 126.386,31 pontos, vindo de mínima de abertura de 124.619,40 pontos, com variação zero. Em Nova York, os índices futuros subiam cerca de 0,60% (Dow Jones e S&P), enquanto Gerdau PN (GGBR4) tinha ganhos de quase 3,30%; Gerdau Metalúrgica ON (GOAU4) subia perto de 2,60%. Usiminas PNA (USIM5) tinha elevação de 0,89%; CSN ON (CSNA3) zerava a queda, testando alta de 0,11%. Bancos também tinham elevações consideráveis, caso de Bradesco (BBDC4), perto dos 2,00%. Braskem PNA (BRKM5) liderava o grupo das altas com 4,41%.

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