Por que Magalu, MRV e mais ações desabaram na sessão – mas Natura destoou e subiu 3%

Varejistas e construtoras tiveram sessão de fortes perdas em meio ao risco fiscal, mas Natura teve avanços em processo de recuperação judicial da Avon Products

Equipe InfoMoney

Centro de Distribuição (CD do Magazine Luiza em Louveira, no interior de São Paulo, em 09/04/2021 (Foto: Germano Lüders/Divulgação)
Centro de Distribuição (CD do Magazine Luiza em Louveira, no interior de São Paulo, em 09/04/2021 (Foto: Germano Lüders/Divulgação)

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Em uma sessão em que o Ibovespa caiu 1,73%, abaixo dos 128 mil pontos, os grandes destaques de queda ficaram com as ações do Magazine Luiza (MGLU3, R$ 9,64, -9,40%), LWSA (LWSA3, R$ 4,08, -9,13%), Azzas 2154 (AZZA3, R$ 39,40, -7,21%), MRV (MRVE3, R$ 6,17, -6,80%), Cyrela (CYRE3, R$ 20,12, -6,77%) e Assaí (ASAI3, R$ 7,41, -6,08%), apenas para citar as ações que caíram mais de 6%.

Em comum entre elas, são empresas tech, do setor de varejo ou consumo ou ligadas à economia doméstica, caso das construtoras. Por outro lado, a Natura&Co (NTCO3, R$ 14,80, +3,06%), também empresa de consumo, registrou a maior alta do dia, na contramão.

Explicando primeiro as quedas, o movimento ocorreu seguindo a forte alta por toda a extensão da curva de juros futuros em meio ao temor com o fiscal do país.

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) dispararam nesta quarta-feira, com os contratos de prazos longos registrando elevações próximas de 40 pontos-base após notícias de que o governo, no pacote fiscal a ser divulgado à noite, vai anunciar a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais por mês.

A medida — que deve impactar a arrecadação — vem na contramão da expectativa do mercado, que esperava ações do governo para cortar despesas. Em reação, a curva de juros brasileira mostrou uma ampliação das apostas de que o Banco Central, no cenário fiscal atual, será obrigado a acelerar o processo de elevações da taxa básica Selic, hoje em 11,25% ao ano.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo – estava em 11,564%, ante 11,508% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 13,63%, em alta de 31 pontos-base ante o ajuste de 13,322%. Isso afeta as ações do setor de consumo doméstico, uma vez que juros mais altos indicam atividade mais fraca lá na frente, o que tende a diminuir a demanda pelos produtos dessas companhias – além de aumentarem potencialmente o custo da dívida para muitas dessas empresas.

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O índice de consumo na B3 perdeu 2,92% e o de construção teve queda de 4,72%.

Sobre LWSA especificamente, o Citi ainda cortou a recomendação da ação de “compra/alto risco” para “neutra/alto risco”, enquanto preço-alvo do papel caiu de R$ 6,9 para R$ 4,9.

Por outro lado, a Natura&Co destoou e fechou com alta de 3,06%, ganhando fôlego à tarde após anunciar durante o pregão que chegou a um acordo, em princípio, com credores quirografários da Avon Products e suas afiliadas devedoras, no âmbito do processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos, um tema que tem movimentado os ativos nos últimos meses.

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(com Reuters)