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Apesar do rali de 66% dos últimos dois meses das ações da Yduqs (YDUQ3), os analistas do JPMorgan mantiveram a preferência pelos ativos da companhia no setor de educação em relação à Cogna (COGN3) entre os nomes de “grupos educacionais de massa”.
Para a Yduqs, a recomendação segue overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), enquanto para a Cogna a recomendação é neutra.
O banco também subiu as projeções para os números das duas companhias, enquanto elevou o preço-alvo de Yduqs de R$ 11,50 para R$ 15, ou um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento da véspera.
Assim, nesta quinta-feira (18), os papéis YDUQ3 subiram 3,90%, a R$ 13,06, enquanto COGN3 também teve alta, um pouco menos expressiva, de 3,21%, a R$ 2,57.
Para a Yduqs, os analistas elevaram as projeções de receita em 3% para este ano e em 5% para o ano que vem, além de aumentarem perspectivas para o Ebitda ajustado em 6% e em 10% (para este ano e para o próximo, respectivamente) e para o lucro ajustado em 32% para 2023 e em 36% para 2024. Para a Cogna, elevou a projeção para receita em 2% e 3% para 2023 e 2024, respectivamente, e para o Ebitda ajustado em 4% para este ano e em 2% para 2024; por fim, para o lucro ajustado, elevou a projeção para 2023 em 109% e cortou em 25% para 2024.
“Embora acreditemos que ambos oferecem vantagens aos investidores e reconheçamos que a Cogna tem feito progressos, conforme nossa atualização recente de recomendação, nossa preferência por Yduqs decorre de: (1) um valuation ainda baixo para YDUQ3, mesmo para 2024, com um múltiplo de EV/Ebitda [Enterprise Value = soma do valor de mercado das ações de uma companhia com a dívida líquida dessa empresa/Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] em 4,3 vezes, ante 4,9 vezes para Cogna; (2) maior exposição ao FIES da Yduqs; e (3) menor alavancagem em Yduqs, de 2,4 vezes versus 3,1 vezes da da Cogna, além do maior colchão de liquidez”, apontam os analistas.
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Marcelo Santos e equipe, analistas que assinam o relatório, apontam que a Yduqs teve uma recuperação relevante nos últimos dois meses, com avanço de 66%, enquanto Cogna subiu 12% e o Ibovespa teve alta de 7%.
Antes do rali, Yduqs estava negociando a um múltiplo de 4 vezes o EV sobre o Ebitda esperado para 2023 contra 6 vezes o EV/Ebitda negociado pela Cogna, um desconto que diminuiu substancialmente. Contudo, apesar de menor, o desconto ainda existe e os analistas o consideram injusto.
“Após ajustes nas estimativas para ambos os nomes, agora vemos a negociação de Yduqs em 5,1 vezes o EV/Ebitda esperado para 2023, ante 6,6 vezes da Cogna. Reconhecemos que o desconto ficou menor, principalmente no múltiplo de 2024,
mas argumentamos que Yduqs merece pelo menos o múltiplo de Cogna: enquanto Vasta [da Cogna, de educação básica] merece um prêmio em relação ao ensino superior, Yduqs deve ter mais prêmio pelo ensino superior”, apontam os analistas.
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Santos e equipe veem um potencial FIES (a ser desenhado pelo governo) beneficiando mais Yduqs do que Cogna, pois acreditam que o impacto será mais ou inteiramente sentido nas operações presenciais além de medicina, que
representaram 46% das receitas da Yduqs em 2022, contra 28% da Cogna.
A alavancagem e o colchão de liquidez também favorecem Yduqs, com uma relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos doze meses de 2,3 vezes, ante 3,1 vezes da Cogna. “Além disso, embora a Cogna tenha recursos suficientes para cobrir todos os vencimentos de 2023 sem emissão/rolagem de dívida, calculamos que Yduqs tem o suficiente para 2024 também”, apontam.
Assim, os analistas reiteram recomendação equivalente à compra para Yduqs, enquanto possuem preferência por Afya (negociada na Nasdaq) entre as ações do setor em geral. Cogna segue como neutra, mas é preferida frente à Ser Educacional (SEER3) e à Ânima (ANIM3), todas com recomendação neutra.