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Muitos investidores têm dúvidas se vale mais a pena investir na ação do Itaúsa (ITSA4), holding do Itaú (ITUB4), ou diretamente no banco.
Normalmente, por ser um veículo que investe no Itaú, as ações da companhia são precificadas com base no valuation da instituição financeira, além de um “desconto” extra por ser holding.
Atualmente, o valor de mercado da Itaúsa, de R$ 115 bilhões, não é apenas menor que o valor de mercado de seus ativos (R$ 148 bilhões), mas também menor que sua participação no Itaú (R$ 137 bilhões) – o Itaú representa 93% do valor patrimonial líquido (NAV) da holding.
Ou seja, o desconto atual do valor de mercado da Itaúsa em relação ao valor de mercado de seus ativos de 22,0% é um pouco maior que a média dos últimos doze meses (21,2%) e a mesma que a média dos últimos dez anos (22,0%).
A equipe de research do UBS BB ainda ressalta que o desconto da holding atualmente não leva em consideração a possibilidade de fim da ineficiência tributária, que pode ocorrer com a reforma tributária já em discussão no Congresso (muito provável) ou com o fim do JCP (menos provável) – a ineficiência tributária explica 6% a 7% do desconto da holding.
Além disso, analistas esperam que o forte fluxo de dividendos do Itaú deve ser um dos principais impulsionadores do preço das ações da Itausa no curto e médio prazo.
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O Itaú deve distribuir R$ 59,5 bilhões até o final de 2025 (cerca de R$ 40,8 bilhões por meio de dividendos e R$18,7 bilhões por meio de JCP). A Itausa possui 37% do Itaú, então a holding deve receber R$ 22,0 bilhões até o final de 2025 – assumindo que a Itausa pagará todos os dividendos recebidos do Itaú aos seus acionistas (como ocorreu nos últimos anos).
Como a maior parte da distribuição de capital do Itaú deve ser feita por meio de dividendos (e não de juros sobre capital próprio – JCP), a ineficiência tributária da holding deve diminuir. O rendimento de dividendos projetado para Itausa em 2025 (11,3%) deve ser maior que o do Itaú (9,5%).
Segundo as estimativas do banco, as ações da Itaúsa precisariam se valorizar em 5,2% para manter o desconto em 22,0% após a distribuição de capital, assumindo que todos os ativos manteriam suas avaliações (apenas ajustados pelos dividendos pagos pelo Itaú e pela Itausa).
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Nesse contexto, o UBS BB reitera recomendação de compra para ação da Itaúsa e preço-alvo de R$ 13,70, que é derivado do preço-alvo para Itaú de R$ 42, para Alpargatas (ALPA4) em R$ 10 e para empresa de concessões rodoviárias CCR (CCRO3) em R$ 16,50. Além disso, essas projeções foram incorporadas aos valores estimados para NTS, Dexco (DXCO3), Copagaz, Aegea e outras, bem como desconto de 15% para holding.