Por que as bolsas da China tiveram o seu melhor desempenho semanal em 16 anos?

Pacote de estímulos visa tanto reaquecer economia quanto também reprecificar ativos

Equipe InfoMoney

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Os índices acionários da China encerraram nesta sexta-feira (27) sua melhor semana em 16 anos, após Pequim lançar o seu pacote de estímulo econômico mais agressivo desde a pandemia.

Os índices chineses CSI300 e SSEC, de Xangai, avançaram cerca de 16% e 13%, respectivamente, na semana, seu maior salto desde 2008. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 13%.

“Agora, com esse novo pacote de estímulos, o Partido Comunista Chinês busca reaquecer a economia e, ao mesmo tempo, reprecificar os ativos do país, com incentivos ao aumento das exposições dos gestores locais à bolsa e crédito subsidiado para as empresas realizarem recompras de ações”, afirmam Paulo Gitz, estrategista global, e Maria Irene Jordão, analista global do Research da XP, em relatório sobre o tema.

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Fonte: Bloomberg, XP Research. Dados de 26/09/2024.

O banco central da China disse, nesta sexta-feira, que cortará a taxa de compulsório para todos os bancos em 50 pontos-base e reduzirá o custo de empréstimo de seus acordos de recompra reversa de sete dias em 20 pontos-base, detalhando parte dos esforços sinalizados na terça-feira com o objetivo de colocar a economia de volta a bases mais sólidas.

Enquanto isso, dados mostraram que os lucros industriais voltaram a sofrer uma forte contração em agosto.

Ainda sob efeito da pandemia

O relatório do Research da XP destaca que que o anúncio das medidas ocorreu após meses de queda nos índices de ações locais e deterioração das perspectivas de mercado.

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Os analistas reforçam que o governo chinês, tradicionalmente, adota uma abordagem mais cautelosa em termos de estímulos econômicos do que países ocidentais, preferindo o uso de crédito em vez de políticas fiscais, mesmo em momentos críticos como a pandemia da Covid-19.

A baixa magnitude dos estímulos durante a pandemia contribuiu para o desempenho divergente da economia chinesa em relação às economias ocidentais, que adotaram políticas expansivas para sustentar a renda e incentivar o consumo.

Além disso, os especialista destacam que a data de anúncio das medidas coincidiu estrategicamente com o início do ciclo de corte de juros do Federal Reserve, indicando uma possível intenção do governo chinês de aumentar a eficácia das medidas e evitar a desvalorização do yuan.