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SÃO PAULO – A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) desta quarta-feira (6) deve ser de pouca emoção, com a manutenção da taxa básica de juros em 6,50% ao ano, mas o comunicado pode trazer informações importantes – e positivas – para o investidor da bolsa brasileira.
Boa parte do mercado trabalha com o cenário de manutenção dos juros ao longo deste ano, conforme indica o Boletim Focus mais recente, em que as estimativas foram reduzidas de Selic em 7% para 6,5% ao fim de 2019. No entanto, alguns grandes nomes do mercado já começam a enxergar possíveis cortes na Selic.
Na terça-feira (5), a Legacy Capital disse à Bloomberg que a Selic pode cair 1 ponto percentual se a reforma da Previdência for aprovada. “Acreditamos que esta caracterização possa acontecer nas reuniões do Copom de março ou de maio, a depender do ritmo de tramitação da PEC e do comportamento da inflação e da atividade econômica”, disse a gestora de fundos.
“Além da Legacy, pelo menos outras 5 gestoras também projetam Selic abaixo dos 6,5% ao ano”, destacam os analistas da Rico Investimentos, em relatório enviado a clientes. Essa perspectiva abre uma excelente janela de oportunidade para os investimentos em ações.
Para perceber essa importância é preciso entender um efeito cascata das perspectivas de juros futuros. Para começar, o preço de uma ação reflete a expectativa dos fluxos de caixa futuros de uma empresa e estes fluxos são trazidos a valor presente por meio de uma “taxa de desconto”.
Por sua vez, essa taxa acompanha as expectativas da Selic e, se o juro esperado para o futuro cair, essa taxa de desconto será menor. Com uma taxa menor, o valor presente destes fluxos de caixa futuros será maior. Ou seja:o juro menor lá na frente faz o valor presente da ação aumentar.
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Para além dos efeitos nos números, o motivo pelo qual o juro cai também é importante. Vale lembrar que em outro momento do país os juros foram reduzidos “à força” e resultaram em inflação de mais de 10%.
“Se tivermos o avanço das reformas estruturais do governo (não é só a Previdência, embora ela seja a mais importante), poderemos viver um momento único na nossa história de retomada do crescimento econômico, inflação controlada (o hiato do produto permite que nosso PIB cresça sem acelerar os preços) e trajetória do déficit deixando de ser ascendente (no melhor dos mundos, tornar-se até mesmo cadente)”, destacam os analistas da Rico.
Isso quer dizer que mesmo que a economia brasileira se recupere, o Banco Central pode não precisar subir os juros, deixando um cenário mais propício para as empresas tomarem créditos para novos investimentos e a população possa consumir mais.
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“Tendo em vista o discurso e postura adotados pelo governo atual, vemos motivos de sobra para correr o risco de acreditar no Brasil (leia-se comprar ações), mesmo que seja uma parcela pequena do portfólio”, avalia a Rico.