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SÃO PAULO – Após muita volatilidade nas últimas semanas por conta da corrida eleitoral, o mercado se empolgou na terça e na quarta-feira com a expectativa de que Jair Bolsonaro (PSL) será o futuro presidente do Brasil. O deputado nunca foi o “candidato do mercado”, mas da forma como a disputa está se caminhando, os investidores estão cada vez mais animados não só com uma vitória dele, mas com a derrota do PT.
No pregão de terça, o Ibovespa chegou a superar os 4% de alta, e mesmo perdendo um pouco de força, conseguiu registrar sua maior alta diária em quase dois anos, avançando 3,78%, aos 81.593 pontos, seu maior patamar desde maio deste ano. Enquanto isso, o dólar desabou 2,08%, voltando para R$ 3,9349 após um mês e meio. Já na quarta, o índice alcançou 85.442 pontos na máxima do dia, mas desacelerou e encerrou o pregão em alta de 2,04%, para 83.273 pontos, seu maior patamar desde 17 de maio, quando fechou em 83.621 pontos, enquanto o dólar comercial caiu 1,09%. Ou seja, enquanto o benchmark da bolsa subiu quase 6%, o dólar teve baixa de quase 3% em apenas dois pregões.
Tudo isso após as pesquisas Datafolha e Ibope mostrarem uma alta de Bolsonaro e estagnação de Fernando Haddad (PT) na corrida no primeiro turno, além de um empate técnico entre os dois no segundo, em meio a um cenário de alta na rejeição do petista.
Bolsonaro sempre foi visto de forma positiva pelo mercado, o que se deve pelo seu economista e ministro da Fazenda caso ele vença, Paulo Guedes. Não por menos, o Ibovespa disparou no dia em que ele sofreu o atentado à faca. Porém, mesmo com o deputado agradando, o “favorito” dos investidores sempre foi Geraldo Alckmin (PSDB), que, por outro lado, não tem conseguido crescer nas pesquisas, o que faz o mercado virar suas apostas para o candidato do PSL.
Em uma sondagem feita pelo InfoMoney com gestores, analistas e economistas de 23 das principais instituições do mercado brasileiro durante a Expert XP, se mostraram otimistas com Paulo Guedes no governo de Bolsonaro, mesmo que ele não fique os quatro anos. “As diretrizes de um governo, o corpo técnico, são formadas no primeiro ano. O segundo escalão é importante, não só o ministro da Fazenda. Mesmo se ele não ficar no final, acho menos relevante”, disse um gestor que pediu para não ser identificado.
Mesmo que ainda exista uma grande preocupação sobre o que seria um governo Bolsonaro, diante do cenário em que Geraldo Alckmin (PSDB) não consegue ganhar força para disputar uma vaga no segundo turno, a ideia é, pelo menos, não deixar o PT voltar ao poder.
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As propostas da esquerda nunca foram de agrado do mercado e mesmo com uma surpresa positiva durante o primeiro governo de Lula, o fracasso da administração de Dilma Rousseff deixou um grande trauma na economia brasileira o que aumentou a aversão por qualquer chance de um governo de esquerda.
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A empolgação dos investidores foi tanta após o Ibope que cresceram as conversas de que Bolsonaro pode vencer ainda no primeiro turno, o que, para a XP Política, porém, é muito difícil. “Apesar do resultado positivo para Bolsonaro, uma vitória já no primeiro turno ainda exige que ele conquiste 70% dos votos depositados nos quatro candidatos “azuis” (Alckmin, Alvaro, Amoedo e Meirelles) ou 55% dos votos deles somados aos de Marina Silva (Rede)”, explicam os analistas.
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A pesquisa Ibope divulgada na noite de segunda-feira (1), a menos de uma semana para o primeiro turno, mostrou que Bolsonaro avançou 4 pontos percentuais em relação à última pesquisa, de 26 de setembro, para 31%, e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) ficou estagnado em 21%.
As simulações de segundo turno apontam ainda que deputado está empatado numericamente com o petista, ambos com 42% das intenções de voto. Em eventual confronto com Geraldo Alckmin, Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), Bolsonaro também aparece empatado tecnicamente.
O mercado se anima com a possibilidade do candidato do PSL sair vencedor do pleito e já começa até a perder o tom de cautela que dominou as últimas semanas. No próximo domingo (7), o mercado vai saber quem está fora e quem segue na disputa, mas é preciso ter cuidado, já que o segundo turno é como uma “nova eleição”, e ver Bolsonaro x Haddad deve fazer voltar o clima de tensão.
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