Por que a ação da EzTec (EZTC3) sobe, enquanto Melnick (MELK3) cai após as prévias?

Ambas construtoras divulgaram dados operacionais sem grandes surpresas

Felipe Moreira

Melnick (Foto: Divulgação)
Melnick (Foto: Divulgação)

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As construtoras Melnick (MELK3) e EzTec (EZTC3) divulgaram dados operacionais do segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite de sexta-feira (12), trazendo reações diferentes para o mercado nesta segunda-feira (15). Por volta das 12h (horário de Brasília), a ação da Melnick caía 1,06%, cotada a R$ 3,72, enquanto o papel da EzTec avançava 2,59%, a R$ 14,68.

A XP Investimentos explica que os dados operacionais da Melnick estão pressionados em relação aos dados históricos e destaca que foram significativamente impactados pelos eventos climáticos atípicos que levaram a inundações na região metropolitana de Porto Alegre em maio.

A XP também acredita que os eventos climáticos podem ter criado um ambiente desafiador para a evolução das obras no trimestre, o que poderia afetar o reconhecimento da receita no curto prazo.

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Já o BTG comenta que os resultados da Melnick no 2T24 foram fracos, uma vez que a empresa optou por adiar lançamentos por razões óbvias (enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no último trimestre). As vendas líquidas foram fracas pelo mesmo motivo, totalizando apenas R$61 milhões (a velocidade de vendas foi de apenas 5%, uma vez que os estandes de vendas ficaram fechados durante a maior parte do trimestre).

O BTG mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 7.

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EzTec

Já a XP ressaltou que os lançamentos (% Companhia) diminuíram para R$1 88 milhões (-60% na base anual), em linha com sua previsão, com 2 projetos lançados no trimestre (Villares Parada Inglesa – média renda e Brooklin Studios by Lindenberg – alta renda). As vendas líquidas atingiram R$ 508 milhões (+21% anualmente), 46% acima de suas estimativas, devido a (i) vendas robustas de projetos recém-lançados (+111%), com destaque para o Villares Parada Inglesa com 93% vendido; e (ii) vendas surpreendentemente positivas de unidades prontas (+139%).

Isso levou a uma VSO (vendas sobre oferta) trimestral de 16,6%, 5,7 pontos percentuais (p.p.) acima de suas estimativas. Finalmente, os estoques caíram para cerca de 24 meses de vendas em doze meses, impulsionados por uma redução de 15% trimestre a trimestre no estoque pronto.

“Acreditamos que a EZTec registrou um sólido desempenho operacional com base em seu robusto crescimento das vendas líquidas, apesar dos lançamentos mais brandos, sugerindo um sólido momento de demanda. Além disso, vemos com bons olhos o crescimento significativo nas vendas de unidades prontas, reduzindo a posição do estoque, o que poderia aumentar gradualmente o apetite para aumentar os lançamentos”, aponta a XP.

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O BTG ressaltou também que a Eztec registrou uma boa melhora nas vendas no 2T24, o que levou a uma bem-vinda redução de 10% nos níveis de estoque, de R$ 3 bilhões para R$ 2,7 bilhões.

O Bradesco BBI também avaliou que o principal destaque positivo foi o número de vendas, com o segundo melhor trimestre da história da empresa de R$ 508 milhões, impulsionado pelo VSO de 42% dos lançamentos. Apesar da queda de 7% no estoque, o estoque de unidades acabadas permaneceu elevado, representando 27% do estoque total (cerca de R$ 700 milhões), permanecendo um desafio para os próximos trimestres, na visão dos analistas da casa. “Em suma, permanecemos neutros, pois não esperamos que a ligeira melhoria nos números operacionais se reflita na expansão do ROE (retorno sobre o patrimônio) no curto-médio prazos”, reforça.