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SÃO PAULO – A polêmica aprovação do reajuste dos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), na semana passada, “não foi justa” para 89,4% dos brasileiros entrevistados pelo Instituto Paraná Pesquisas, enquanto 8,1% avaliam como justa a decisão e 2,5% não souberam responder.
Para 91,1% dos pesquisados, os senadores deveriam ter esperado que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) assumisse o Palácio do Planalto para colocar a pauta em votação, enquanto 6,2% acreditam que o tema foi tratado no momento certo e 2,7% não souberam/não responderam.
Com o reajuste, os salários dos magistrados terão um aumento de 16%, passando de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O Projeto de Lei agora vai para sanção presidencial. É prerrogativa do presidente da República vetar a proposta, se assim desejar.
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O valor recebido pelos ministros é considerado como o teto para o funcionalismo público no Brasil e, com este reajuste, deve ocorrer um efeito cascata, com impacto nas contas da União, Estados e municípios de R$ 4 bilhões em 2019, segundo cálculos das consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado.
O país não tem condições financeiras para arcar com o aumento de salários para 89% dos entrevistados e 7,8% veem condições para o reajuste e 3,1% não souberam/não responderam.
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A pesquisa ouviu 2.008 brasileiros em 170 municípios em 26 estados e o Distrito Federal entre os dias 9 e 11 de novembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Recado para Bolsonaro
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que a aprovação do aumento do salário dos ministros do STF foi um recado ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).
“Me pareceu que o Senado quis mandar um recado para ele [Bolsonaro], algo do tipo: veja com quem está falando”, disse o senador em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado. Algumas declarações de Bolsonaro e sua equipe, em especial o futuro ministro da Economia Paulo Guedes, parecem ter irritado os parlamentares, segundo avaliação de Ferraço.
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“Me parece que o presidente eleito e o economista Paulo Guedes talvez não tenham feito tanto carinho como esses políticos querem receber. Foi um pouco de ressentimento por não ter recebido os naturais afagos que pudessem de alguma forma massagear sua vaidade. É um absurdo”.
Vale lembrar que Guedes criou um mal estar na semana passada, antes da votação, ao dizer que precisava dar “uma prensa” no Congresso para aprovar a Previdência. Bolsonaro tentou, em outra entrevista, apaziguar os humores: “a palavra não é prensa. É convencimento”, disse, lembrando os parlamentares são independentes e não são movidos a pressão. “Ninguém vai pressionar parlamentar. Nos vamos é tentar convencê-los”, avisou.