Após “rusga”, Bolsonaro liga para Paulo Guedes e cobra explicações sobre nova CPMF

Economista admitiu que a criação de um imposto está em análise, mas a medida não significaria aumento de carga tributária

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O candidato Jair Bolsonaro (PSL) telefonou para seu guru econômico Paulo Guedes na quarta-feira (19) para cobrar explicações sobre informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que atribuíam ao economista o plano de implementar um novo imposto aos moldes da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), caso a chapa do PSL seja eleita. 

Conforme o coordenador da campanha em São Paulo, deputado Major Olimpio, informou à Reuters, Bolsonaro não tinha sido consultado pelo economista sobre o assunto. Segundo Olimpio, o candidato conversou logo cedo com Guedes sobre a proposta, assim que tomou conhecimento dela pela imprensa. Vale lembrar que o candidato segue internado da unidade de terapia semi-intensiva do Hospital Albert Einstein após receber uma facada em evento de campanha. 

Em entrevista ao jornal O Globo, Guedes admitiu que a criação de um imposto sobre transações financeiras está em análise pela campanha, mas a medida não significaria aumento de carga tributária. De acordo com Guedes, a ideia seria substituir impostos federais por um novo tributo, um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e não criar uma nova tributação. A informação teria sido deturpada, segundo Olimpio. 

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“Isso acabou levando um susto a todos nós”, admitiu o coordenador da campanha. “Nada disso foi submetido à consideração do presidente [Bolsonaro]”, completou.

Leia mais: “Nova CPMF”: em que contexto a proposta de Paulo Guedes seria aceitável?

Ainda ontem Bolsonaro usou seu perfil no Twitter para negar planos de aumentar impostos. “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso”, escreveu.

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Guedes é conhecido como o “posto Ipiranga” de Bolsonaro, para quem todas as questões sobre economia são direcionadas, e comandará o Ministério da Fazenda caso o candidato do PSL seja eleito.

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