Bolsonaro x Haddad: como votariam os eleitores de Ciro, Marina e Alckmin neste cenário?

Cruzamento de dados a partir da última pesquisa XP/Ipespe mostra que Bolsonaro poderia herdar metade dos votos de Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e João Amoêdo. Já Haddad, teria 80% dos apoiadores de Marina e Ciro

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A menos de três semanas das eleições, as pesquisas de intenção de votos apontam para um possível segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial. O cenário já tem alimentado especulações no mercado e no meio político sobre suas consequências práticas e como as peças se reorganizariam no xadrez do poder. Uma das principais dúvidas é como os demais candidatos e seus eleitores se comportariam caso o quadro se confirmasse.

Na última pesquisa XP/Ipespe, Bolsonaro tinha 26% das intenções de voto no cenário estimulado de primeiro turno, o equivalente a 34% dos votos válidos (excluindo-se brancos, nulos e indecisos), enquanto Haddad tinha 10%, o que corresponde a cerca de 13% dos votos válidos. Na simulação de segundo turno entre os dois candidatos, o quadro seria de empate técnico, com o deputado numericamente à frente por diferença de dois pontos percentuais: 40% contra 38% das intenções de voto. Os gráficos abaixo detalham a corrida presidencial:

1) Primeiro turno (cenário estimulado)
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Fonte: XP/Ipespe (BR-07277/2018), de 10/09 a 12/09

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2) Segundo turno (Bolsonaro x Haddad)
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Fonte: XP/Ipespe (BR-07277/2018), de 10/09 a 12/09

Um cruzamento de dados a partir deste levantamento mostra que Bolsonaro hoje poderia herdar metade dos votos de Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Novo). O percentual é relevante, mas, caso se convertesse em “voto útil” antecipado no primeiro turno, não seria suficiente para sacramentar a vitória do parlamentar.

Haddad, por outro lado, contaria com cerca de 80% do espólio de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Essa “mãozinha” de adversários alça o petista à situação de empate técnico em eventual disputa de segundo turno contra Bolsonaro.

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Levando-se em consideração a fotografia de primeiro turno registrada pela pesquisa, a confirmação de uma disputa entre Haddad e Bolsonaro provocaria uma migração de cerca de 9 pontos percentuais a favor do parlamentar, sendo 5 deles oriundos de eleitores de Alckmin. É o que mostra a tabela abaixo:

Candidato Transferência (%) Em pontos percentuais
Geraldo Alckmin (PSDB) 55% 4,95
Álvaro Dias (Podemos) 50% 2,00
João Amoêdo (Novo) 49% 1,96

Fonte: XP/Ipespe (BR-07277/2018)

Já o petista herdaria quase 16 pontos percentuais de Marina e Ciro. Neste cruzamento, pouco menos de 2 pontos percentuais de apoio declarados em Alckmin no primeiro turno poderiam migrar para Haddad, em uma taxa de transferência de 20% – ainda relevante, mas 20 pontos menor do que a registrada duas semanas atrás. É o que mostra a tabela abaixo:

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Candidato Transferência (%) Em pontos percentuais
Ciro Gomes (PDT) 79% 9,48
Marina Silva (Rede) 80% 6,40
Geraldo Alckmin (PSDB) 20% 1,80

Fonte: XP/Ipespe (BR-07277/2018)

O mesmo cruzamento mostra que pouco mais de 4 pontos percentuais de votos declarados em Alckmin, Amoêdo e Dias no primeiro turno poderiam migrar para o grupo dos “não voto” (brancos, nulos e indecisos) em eventual disputa entre Bolsonaro e Haddad no segundo turno. Somente entre os apoiadores do tucano, 22% não declaram voto em nenhuma das duas opções.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.