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SÃO PAULO – Em sabatina de cerca de 27 minutos nesta segunda-feira (27) no Jornal Nacional, da Rede Globo, o candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, defendeu-se sobre as suas declarações de que colocaria o “Ministério Público na caixinha” e que receberia o juiz federal Sérgio Moro a bala caso tentasse prendê-lo.
Ciro afirmou ser a favor da Operação Lava Jato, mas disse que ela só vai prestar um bom serviço para o país se for equilibrada”, referindo-se ao fato de que ninguém do PSDB foi pego pela Operação. Quanto às declarações polêmicas sobre o MP, ele esquivou-se falando que o Ministério atualmente é uma espécie de quarto poder e que não pode virar um “destruidor de reputações”.
Quando confrontado com a informação – correta – de que o presidente de seu partido, Carlos Lupi, é réu em ação por improbidade administrativa na Justiça Federal do Distrito Federal, Ciro assegurou que ele não é réu, disse ter “confiança cega” no ex-ministro do governo Dilma Rousseff e que ele será o que quiser em seu governo. “Ainda não escolhi ninguém como ministro. Mas eu tenho convicção de que ele é um homem de bem (…) a informação que eu tenho é de que ele não responde a inquérito nenhum. Não ofereci nada a ninguém. Mas ele tem minha confiança cega.”
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Ciro Gomes também deu explicações sobre a sua relação com Lula e por que não fez uma acusação formal sobre o que sabia de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, após avisar ao ex-presidente petista que o executivo estava roubando o governo. “Quem faz acusação ao Ministério Público assume o ônus da prova”, apontou o presidenciável pelo PDT.
O pedetista também disse o que pensa a respeito de Lula: “para mim, Lula não é um satanás, como setores da imprensa pensam, nem um deus, como religiosos da militância pensam.” E prosseguiu: ” ele fez muita coisa boa para o Brasil, foi um bom presidente e o povo brasileiro sabe disso”, mas ponderando que os ganhos foram perdidos a partir do governo Dilma Rousseff.
Ao ser perguntado sobre o “slogan fácil” de tirar o nome dos brasileiros do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), Ciro reafirmou que conseguirá fazer isso. “Não é porque sou bonzinho não, é porque tenho um projeto”.
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Quando a pauta foi a candidata a vice na sua chapa, a senadora Kátia Abreu, que possui muitas divergências com relação à esquerda em relação a temas como demarcação de terras indígenas e desmatamento, Ciro afirmou: “Kátia Abreu não vem porque é igual a mim, vem porque é diferente. Estamos de pleno acordo que nos complementamos”. Ele citou os votos da senadora contra o impeachment de Dilma e contra a reforma trabalhista como pontos de convergência.
Por fim, perguntado sobre a sua governabilidade dadas as próprias dificuldades de formar uma coligação à presidência, Ciro afirmou que pretende redesenhar o entendimento fiscal em troca de um redesenho do pacto federativo, uma vez que os estados e municípios estão quebrados. Ele também disse que pode usar plebiscitos e referendos para quebrar impasses.
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