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SÃO PAULO – O primeiro debate entre presidenciáveis de 2018 trouxe à tona velhas – e comprometedoras histórias – nos embates entre os candidatos. Na quinta-feira (9), Jair Bolsonaro (PSL) foi questionado por Guilherme Boulos (PSOL) sobre um caso em que ele teria empregado uma funcionária “fantasma”.
O deputado negou a história e disse que o Ministério Público investigou seus bens e nunca encontrou irregularidades. Mas quem é a “Wal” citada por Boulos? Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Walderice Santos da Conceição trabalha em um comércio de açaí na mesma rua em Angra dos Reis (RJ) onde o deputado tem uma casa de veraneio.
Moradores da região afirmaram que ela e seu marido prestam serviços particulares para Bolsonaro. Seu salário seria pago com verba da Câmara dos Deputados. Walderice consta na lista de 14 funcionários do gabinete parlamentar de Bolsonaro, em Brasília, com salário bruto de R$ 1.351. Ela atuaria no gabinete do candidato há 15 anos, com mais de 30 mudanças de cargo durante o período, segundo a Folha.
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O candidato à presidência justificou o salário afirmando que Wal “reporta a mim ou ao meu chefe de gabinete qualquer problema na região”, mas não soube citar nenhum exemplo concreto de serviço parlamentar prestado pela funcionária.
Depois de a polêmica ter voltado aos noticiários, Bolsonaro disse na segunda-feira (13) que Walderice pediu demissão devido à grande exposição que vinha sofrendo. “Tem dois cachorros lá e pra não morrer de vez em quando ela dá água pros cachorros lá, só isso. O crime dela é esse aí, é dar água pro cachorro”, disse ele a jornalistas sobre os serviços de Walderice em sua residência no litoral do Rio de Janeiro.
“Tenho aquela casa há 25 anos e contratei ela há uns 12 anos. Como de vez em quando estou lá, muita gente me procura e ela é encarregada de filtrar e passar pra mim, só isso”, disse. Segundo o site da Câmara dos Deputados, Walderice recebe atualmente um salário bruto de R$ 1.351,46.
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“A Wal, coitada, sofreu pressão. Teve dignidade ela de pedir demissão. Fico até chateado porque ela precisa, pessoa pobre. Está comigo há mais de 10 anos”, afirmou.
Quando revelou o caso, a Folha afirmou que Wal prestava serviços particulares na casa do candidato, mas que sua principal atividade era o comércio de açaí. Nesta segunda, o jornal publicou uma nova matéria, dizendo que a assessora parlamentar continuava vendendo seus produtos durante o expediente da Câmara.