Plataforma “desliga” cartões e leva a eles funcionalidades de fintech

Usuário poderá bloquear e desbloquear as operações de crédito e débito em tempo real usando seu smartphone

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A companhia norte-americana First Performance Global Corporation, que oferece ferramentas tecnológicas a instituições financeiras, acaba de anunciar o lançamento, no Brasil, de um aplicativo que pretende tornar o uso de cartões de crédito e débito ainda mais seguro: o GOGONOGO.

Trata-se de uma plataforma capaz de ligar e suspender o funcionamento do uso de cartões de crédito, débito e pré-pagos em tempo real, através de um aplicativo de smartphone, possibilitando maior controle de uso.

Em outras palavras: o usuário conseguirá ativar seus meios de pagamento apenas quando estiver prestes a fechar uma compra – com isso, nem mesmo em caso de roubo ou perda será necessário contatar a operadora do cartão imediatamente, já que ele estará potencialmente desabilitado. 

Outras funções de autoatendimento previstas pelo app são: comunicado de aviso viagem, consulta do limite de compras disponível após cada transação, cancelamento de despesas recorrentes em débito automático, mudança imediata de limite de cartões de dependentes e obtenção do extrato de contas. Unindo todas essas facilidades em uma plataforma completamente eletrônica, é uma ferramenta que se assemelha às novas fintechs no mercado, transformando o cartão comum em um meio de pagamento mais tecnológico.

Através de uma parceria com o banco Bradesco, a empresa já conseguiu disponibilizar o serviço para os portadores de cartões das Casas Bahia, por enquanto os únicos conectados à funcionalidade no mundo. O banco pretende, no primeiro momento, expandir o GOGONOGO entre as grandes varejistas que possuem cartões próprios, para depois chegar aos demais clientes.

O Brasil foi o primeiro escolhido pela empresa para testar a tecnologia, que também já está sendo apresentada em países da Ásia e da África. De acordo com o CEO da First Performance no Brasil, Reginaldo Zero, a escolha foi estratégica.

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“Acreditamos que, se um sistema desses funcionar no Brasil, funciona em qualquer parte do mundo. Aqui temos crédito, débito, pré-pago, private, consignado, cartão de gestão de frota de veículos, enfim, inúmeras opções para diferentes perfis. É um mercado rico. Pela sofisticação do mercado Brasileiro e também em certo sentido pelo nível de fraudes do país, escolhemos o Brasil para os testes”, explica Reginaldo.

De acordo com ele, já há negociações em curso com uma parcela relevante dos bancos brasileiros, grandes e pequenos, inclusive entre aqueles que estão investindo mais notoriamente em tecnologia – ele citou “novos nomes no mercado”. Muitas dessas instituições, inclusive, incluirão as funcionalidades aos aplicativos próprios das marcas, o que significa que não será necessário baixar a plataforma separadamente. “Mas os bancos menores vão usar nossa interface como o mobile banking deles”, comenta.

Depois de fechadas as negociações, Reginaldo acredita que cerca de 10 milhões de cartões já estarão conectados à plataforma, número que pode ser muito maior a partir da integração aos apps de mobile banking. “Nos próximos 60 a 90 dias você já verá novidades saindo”, comemora o CEO.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney