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A Aave (AAVE), uma das maiores plataformas de empréstimos de finanças descentralizadas (DeFi), anunciou nesta quarta-feira (16) o lançamento de sua atualização v3.
A “Aave v3” ficará disponível em seis blockchains diferentes. De acordo com o projeto, a mainnet do Ethereum (ETH) também deve entrar na lista no futuro.
O lançamento vem na esteira de uma série de votações realizadas nos fóruns de governança da Aave para decidir em quais cadeias o novo protocolo seria lançado. Também houve uma votação em dezembro sobre a necessidade de o protocolo ter uma licença comercial para evitar forks (bifurcações).
De acordo com o fundador da Aave, Stani Kulechov, a v3 apresentará uma série de novas funcionalidades e mecanismos projetados para melhorar experiência do usuário, gerenciamento de risco e eficiência de capital.
As atualizações podem ajudar a consolidar ainda mais a Aave como líder no mercado de empréstimos DeFi. De acordo com a DefiLlama, o protocolo atualmente é o segundo maior credor, com mais de US$ 11 bilhões em valor total bloqueado (TVL). O projeto fica atrás apenas do Anchor, baseado na blockchain Terra (LUNA), que tem mais de US$ 13 bilhões em TVL.
Os destaques da atualização são os “portais” de cross-chain (cadeia cruzada); os mercados isolados que permitirão ao protocolo competir melhor com contrapartes sem permissão (que qualquer um pode participar); e um modo de “alta eficiência”, que facilitará empréstimos de alto valor em ativos selecionados.
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Empréstimo de cadeia cruzada
Atualmente, a Aave está ativa na Avalanche (AVAX), na rede do Ethereum e na Polygon (MATIC), com dezenas de ativos com taxas de empréstimo e juros variáveis em cada cadeia.
Juntamente com as taxas de juros, a demanda de liquidez pode variar significativamente entre as blockchains, e Kulechov espera que esses retornos e flutuações de demanda “achatem” à medida que um novo recurso de “portais de cadeia cruzada” for lançado.
O “portais” é um recurso que permite que pontes de cadeia cruzada criem e queimem tokens – tokens que representam depósitos na Aave. Ativos “aTokens” da Aave serão cunhados em uma blockchain e queimados em outra, mantendo a contabilidade entre as diferentes cadeias, permitindo que os usuários busquem arbitragem de rendimento e outras estratégias.
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“Você pode depositar na rede principal [Ethereum], mas emprestar da Polygon e pagar na Avalanche – tudo isso feito meio que debaixo do capuz”, disse Kulechov.
Mercados isolados
Além de maior mobilidade de capital, a v3 também facilita significativamente a integração de novas formas de garantia, embora com utilidade reduzida.
“A v3 é principalmente sobre duas coisas: conscientização/mitigação de riscos e eficiência de capital”, disse Kulechov. “Em termos de mitigação de risco, podemos realmente reduzir o risco de novas garantias entrarem no ecossistema e ainda listá-las, mas com exposição limitada”.
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A Aave está enfrentando uma pressão crescente de plataformas de empréstimos como Euler, Kashi e Rari, que podem atender melhor a ativos exóticos com pools de empréstimos sem permissão.
Como resultado, a v3 introduz “mercados isolados” – efetivamente um processo para permitir que a governança da Aave liste ativos como garantia de forma mais rápida, mas apenas como uma única fonte de garantia, e não como um pacote.
Além disso, mercados isolados terão limites de oferta controlados pela governança da organização autônoma descentralizada (DAO) do projeto.
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“Com o tempo, à medida que esse ativo amadurece, você pode aumentar os limites e, eventualmente, desativar o modelo de isolamento para ativos específicos. Então, meio que permite a escalabilidade de ativos”, acrescentou Kulechov.
Eficiência de garantia
Finalmente, o recurso sobre o qual Kulechov disse estar mais empolgado é o “modo de alta eficiência”.
Esse recurso permitirá que os usuários alavanquem taxas de loan- to-value (proporção do empréstimo e valor da garantia) com valores extremamente altos, desde que tomem empréstimos no mesmo ativo que depositam como garantia – em alguns casos, a taxa de LTV pode ser de 98%.
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Um screenshot do painel do recurso incluía Ether (criptomoeda do Ethereum) e derivativos de ETH em staking (tipo de depósito que gera rendimentos); wrapped Bitcoin (nome dos tokens ERC-20 lastreados em BTC), como wBTC (WBTC) e renBTC (RENBTC); e stablecoins.
“A ideia principal aqui é que, uma vez que tenhamos diferentes tipos de stablecoins – stablecoins de euro, stablecoins de libra etc – então você pode essencialmente ter negociação na cadeia”, disse Kulechov.
No entanto, uma área na qual a v3 não terá impacto é na Aave Arc, versão permissionada do protocolo.
“A natureza do mercado da Aave Arc é a mais chata que existe. E os participantes não querem ver mudanças. Eles querem que seja dessa forma, e que tudo esteja funcionando bem. Assim que a v3 ficar mais madura, podemos trazer a infraestrutura da v3 para a Arc”, disse Kulechov.
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