Plantio da 2ª safra deve atrasar com a falta de chuvas no Centro-Oeste, diz analista

Preços mais altos de soja e milho, porém, devem incentivar o aumento de área plantada de grãos

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Previsões climáticas dão conta que não deve chover na próxima semana na principal região de plantio de grãos do país. Isso só ocorrerá daqui a duas semanas, o que pode atrasar a segunda safra.

Samuel Isaak, analista de commodities da XP, participou nesta segunda-feira (30) do Morning call da XP, e disse que se vive hoje um período de pluviometria muito baixa, principalmente na região central do país.

“Semana passada começou a primavera. Para os mercados agrícolas, é quando inicia o plantio de safras temporárias. No Brasil, a maior dessas culturas é a soja”, explicou.

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Previsão climática

Segundo ele, o mercado está de olho no que vai acontecer e produtores já estão com a expetativa de que o plantio de soja deve atrasar. O analista esclareceu que há dois modelos de previsão climática mais acompanhados pelo mercado: o GFS (americano) e ECMWF (europeu).

“Esses dois modelos falam a mesma coisa, que na próxima semana deve chover muito pouco no cerrado, mas na segunda semana a gente começa a ter chuvas”, disse. “Esses modelos não estavam concordando até semana passada, mas agora os dois começam a falar que vai chover”, acrescentou.

“A gente vai ter esse início do plantio de soja nos principais estados produtores do Brasil, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A gente tem a expectativa desse plantio finalmente começar com duas, três ou, em alguns casos, quatros semanas de atraso”, afirmou.

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Preços mais altos

O analista da XP comentou também que os preços de milho e soja na Bolsa de Chicago subiram em torno de 10% no último mês, mas ele não vê ainda muita correlação do que está acontecendo aqui no Brasil.

“O plantio atrasado da soja traz complicações tanto para os produtores quanto aos consumidores desses produtos, que talvez possam receber um pouco mais tarde do que o planejado, aumentando o risco do que a gente chama de segunda safra”, ressalta.

Mas ele destaca que o Brasil tem a vantagem que muitos países não têm de plantar uma segunda safra. “Aumenta um pouco a percepção de risco dela, notadamente da soja, a principal cultura do país”, avaliou.

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Mas ele crê que isso não deve impactar no resultado final da produção. “Inclusive, essa alta de preços recentes pode dar suporte aos produtores brasileiros de investirem na lavoura. O milho cotado na B3 teve alta de modo expressivo no último mês”, informou.

“A gente acha que pode haver aumento de área plantada nessa segunda safra por conta da melhora significativa de preço (de soja e milho) no último mês”, complementou.