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A filial venezuelana da companhia chinesa de pneus Pirelli suspenderá indefinidamente suas operações em meados do mês por falta de matéria-prima. A situação é enfrentada também por outras empresas, o que ameaça piorar a crise econômica do país sul-americano.
A Pirelli, a terceira maior fabricante do setor, informou em comunicado que, por causa da “indisponibilidade de matéria-prima”, a partir de 16 de junho paralisará a fábrica em Guacara, no centro do país, no Estado de Carabobo. A empresa não mencionou quando poderia retomar as operações e somente indicou que realizará “todas as gestões” para restabelecer a produção mais adiante.
A medida afeta 990 trabalhadores da fábrica e mais de mil empregados que atuam nas 190 distribuidoras da marca em todo o país, disse Alvis Pérez, secretário do sindicato da Pirelli. Pérez acrescentou que os produtos recebidos pela fábrica são utilizados para a produção dos pneus incluem borrachas naturais e outros químicos, importados. Ele disse que as provisões da empresa só chegam mesmo até o dia 16.
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Desde 2015, a Pirelli enfrenta reduções progressivas de sua produção. No mês passado, produziu apenas 1.800 pneus ao dia, quando sua capacidade é de 6 mil. Além da Pirelli, operam no país a Goodyear, a Bridgestone e a Covencaucho Industria. Em 2016, a Bridgestone anunciou a venda de seus negócios na Venezuela à companhia local Grupo Corimon.
Há mais de três anos, várias empresas da Venezuela lidam com dificuldades para manter suas operações, devido à falta de matéria-prima. O problema ocorre pela falta de moeda forte, que afeta as importações do país, que recuaram no ano passado mais de 40%, segundo estimativas privadas.
A empresa americana Colgate Palmolive anunciou recentemente a paralisação temporária da fabricação de detergente em pó e do detergente líquido para louças, também pela falta de matéria-prima.
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O ministro do Trabalho, Francisco Torrealba, disse ao jornal governista Correo del Orinoco que o governo dialoga para garantir a estabilidade laboral dos quase 3 mil empregados da filial local da fabricante de veículos General Motors, que interrompeu suas operações em abril após perder um litígio com duas concessionárias, e da fábrica de sabões da Colgate Palmolive.
A companhia aérea americana United Airlines, por sua vez, suspenderá a partir de 1º de julho seu voo de Houston a Caracas porque ele não cumpre com as “expectativas financeiras”. Outras companhias internacionais já interromperam ou reduziram seus voos ao país nos últimos anos.
A Venezuela enfrenta um quadro econômico complexo, com inflação de três dígitos, severos problemas de escassez de alimentos, remédios e outros produtos, um déficit fiscal e forte recessão econômica. As dificuldades econômicas ocorrem em um contexto de tensão política, gerada pelos protestos contra o governo que ocorrem há mais de dois meses por todo o país. Fonte: Associated Press.
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