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SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs de curto prazo se sustentaram próximas da estabilidade ou em leve alta nesta terça-feira, influenciadas pelos dados fortes do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, que sugerem pressão inflacionária, enquanto as taxas longas cederam em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,975%, ante 10,991% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,9%, ante 11,882% do ajuste anterior.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,11%, ante 12,158%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,08%, ante 12,131%.
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Antes da abertura dos negócios o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 1,4% de abril a junho deste ano, na comparação com o primeiro trimestre. O resultado ficou bem acima da expectativa de alta de 0,9% apontada em pesquisa da Reuters com economistas.
Também foi o crescimento mais forte desde o quarto trimestre de 2020, período de recuperação da pandemia de Covid-19, quando o PIB avançou 3,7% na comparação trimestral.
Em comentário enviado a clientes, o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, destacou o bom desempenho da indústria, que cresceu 1,8% no segundo trimestre, e dos investimentos, que aumentaram 2,1% no período.
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“O outro lado desta história é a inflação, que está pressionada. Agora, com bandeira vermelha e com o câmbio ainda desvalorizado, dificilmente a gente vai conseguir inflação abaixo de 4,3% ou de 4,4%, com risco inclusive de bater 4,5%”, pontuou Gala.
Em reação, as taxas futuras curtas atingiram picos no início do dia. Perto das 9h30 a taxa do DI para janeiro de 2025 marcou a máxima de 11,02%, em alta de 3 pontos-base ante o ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 atingiu 12,01%, com elevação de 13 pontos-base.
Ainda que as taxas curtas tenham perdido fôlego no restante da sessão, elas se sustentaram perto da estabilidade ou em leve alta.
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“A ponta curta (da curva) subiu com o PIB do segundo trimestre, bem acima do esperado. Olhando pela ótica da demanda, o PIB está tendo crescimento bem forte tanto do consumo das famílias quanto dos investimentos”, destacou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
“Isso dá conforto, dá espaço para que o Banco Central possa subir a taxa de juros para conter a inflação, sem medo de causar recessão”, acrescentou.
Entre os contratos de médio e longo prazos, as taxas cederam nesta terça-feira no Brasil, refletindo diretamente a queda dos yields dos Treasuries no exterior, após a divulgação de dados fracos da indústria norte-americana.
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O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou pela manhã que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial subiu para 47,2 em agosto, de 46,8 em julho. Apesar da alta, a leitura abaixo de 50 seguiu indicando contração no setor industrial, que responde por 10,3% da economia dos EUA.
Os números pesaram sobre a curva de juros norte-americana e sobre a parte longa da curva brasileira, em meio aos temores de que os EUA possam entrar em recessão.
“Outro fator para o fechamento (das taxas mais longas) no Brasil é a queda das commodities no mercado internacional, como petróleo e minério de ferro. Isso significa menos inflação”, pontuou Quaresma.
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Em meio a este cenário, a curva brasileira seguiu indicando chances majoritárias de elevação de 25 pontos-base da taxa básica Selic este mês. Perto do fechamento a curva precificava 72% de probabilidade de alta de 25 pontos-base e 28% de chance de aumento de 50 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 59% e 41%, respectivamente.
Às 16h39, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 7 pontos-base, a 3,841%.
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